O mais jovem meio-irmão do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, foi assassinado nesta terça-feira. Ahmad Wali Karzai, líder do conselho provincial de Kandahar, foi morto a tiros em casa pelo seu próprio segurança.
Em uma entrevista coletiva na capital Cabul, o presidente Karzai disse que todas as famílias afegãs passaram por sofrimento parecido.
O Taleban assumiu a autoria do ataque, descrevendo o assassinato como uma de suas maiores conquistas em quase dez anos de guerra.
Figura polêmica
Ahmad Wali Karzai era um político polêmico, visto por alguns como defensor dos direitos dos pashtuns e por outros, como um líder corrupto que estaria abertamente envolvido com o tráfico de drogas e teria um exército particular à sua disposição.
O presidente Karzai o defendeu por diversas vezes, descartando acusações de que seu irmão estivesse envolvido em atividades criminosas.
Segundo o correspondente da BBC em Cabul Quentin Sommerville, Ahmad Wali Karzai era um leal aliado dos Estados Unidos. O governo americano nunca teria investigado as alegações contra ele. O meio-irmão do presidente também seria uma figura extremamente importante no sul do Afeganistão e para os esforços da Otan no combate ao Taleban.
Atentados
As forças internacionais no Afeganistão se disseram chocadas com o assassinato.
Ahmad Wali Karzai havia sobrevivido a tentativas de assassinato anteriores. A mais recente delas ocorreu em 2009, quando um comboio em que ele viajava foi atacado com mísseis e metralhadoras.
No ano anterior, ele participava de uma reunião em um prédio do governo quando um caminhão-tanque explodiu nas redondezas. Ahmad Karzai sobreviveu sem ferimentos, mas outras seis pessoas morreram e 40 ficaram feridas.
Em 2003, a casa do político em Kandahar foi atingida por uma explosão que, segundo ele, foi causada acidentalmente durante o transporte de explosivos.
U.Seg
BBC Brasil