O tráfico de órgãos pela China constitui um aterrorizante caso de violação dos direitos humanos, denunciou hoje a vice-presidente taiuanesa, Annette Lu.
Em entrevista concedida no Palácio Presidencial, Lu disse que, segundo dados chineses, cerca de 60.000 órgãos para transplante foram traficados entre 2000 a 2005.
“A China justifica oficialmente o tráfico afirmando que os órgãos provém dos condenados (executados pelo regime), mas na realidade só foram registradas 1.000 execuções no período”, afirmou Lu.
A vice-presidente taiuanesa citou investigações do ex-diplomata canadense David Kilgour, que considera que muitos dos órgãos traficados pela China provém de prisioneiros do movimento religioso “Falun Gong”, proibido no país.
A ONG Anistia Internacional (AI) contabiliza a cada ano cerca de 2.000 execuções perpetradas na China. No entanto, os parlamentares chineses reconhecem que o número real de penas de morte aplicadas anualmente no país é de aproximadamente 8.000.
Lu também denunciou a falta de liberdade política e de expressão na China, e instou Pequim a adotar uma nova política para Taiwan, desistindo da ameaça militar, da marginalização diplomática e da humilhação da ilha no cenário internacional.
“A atual atitude da China cria ressentimento no povo e dificulta a aproximação”, disse a vice-presidente.
Taiwan quer chegar a um acordo pacífico com a China, baseado nos princípios de paz, igualdade e democracia, afirmou Lu.