anto o DEM quanto os outros partidos que fazem parte do arco de aliança do senador Pedro Taques precisam ter a comprovação documental da suposta existência de caixa 2 na capanha do então candidato ao senado, antes da homologação do seu nome para o governo nas convenções que se encerram no próximo dia 30.
Pelo menos essa é a constatação que se faz no meio político mato-grossense após a declaração do jornalista José Marcondes Muvuca, também pré-candidato ao governo, que propôs publicamente retirar todas as críticas e acusações ao senador e ainda fazer uma retratação pública, desde que ele entregue a quebra de sigilo bancário da esposa Samira Martins e da mãe, Ada Gonçalves.
"Ele precisa afastar essa assombração da sua aliança, sob pena desse documento aparecer depois das convenções e implodir toda a aliança", diz o jornalista, que prefere não revelar a fonte da informação, mas protocolou junto a Polícia Federal uma solicitação para que seja feito essa quebra do sigilo.
O delegado que recebeu o pedido disse que a Polícia Federal não tem competência para investigar o sendor por conta do seu foro privilegiado, sendo preciso recorrer a Procuradoria Geral da República.
O jornalista contesta argumentando que não quer a quebra do sigilo do senador, e sim da sua esposa e mãe, pois segundo informações, suspeita-se que tenha havido depósito em valores póximos a 1 milhão de reais nas contas de seus familiares. "O que a população diria se fosse revelado esquema de captação ilítica, caixa 2, lavagem de dinheiro, depósitos clandestinos nessas contas?", questiona Muvuca.
"Tenho muitos amigos do lado de lá, por isso não quero fazer um debate em cima de suspeitas, e sim de propostas, nesse sentido proponho que isso seja logo revelado para que depois das convenções possamos debater um projeto para Mato Grosso, e não ficar com futricas ou questionamentos de natureza ética ou moral. Essa disputa de quem é o mocinho e quem é o bandido não acrescenta nada para o debate eleitoral", diz.
Segundo o jornalista, seria um gesto digno, honrado e de lealdade para com seus companheiros, se o senador apresentasse a certidão do Banco Central de seus familiares para todo o grupo, antes das convenções, mostrando que realmente é um candidato merecedor de apoio. "Estou falando isso para o bem dos 13 partidos que estão apoiando Taques, inclusive o senador Jaime Campos, porque se esse escândalo vier à tona durante a campanha, afunda o barco de todo mundo, e não quero ver meus amigos sendo prejudicados por terem feito uma opção errada com base numa falsa moralidade".
O presidente do PDT, Zeca Viana, disse em entrevista que pediu para o Ministério Público a quebra desse sigilo, o próprio Taques já disse em algumas rodas políticas que já tem as certidões. "O problema é que ninguém viu esse documento, e um pedido para o MP não acrescenta nada. A ex-senadora Serys Slhessarenko, por exemplo, já apresentou a quebra dos seus sigilos em campanhas anteriores. Eu mesmo ofereço a quebra do sigilo de todos meus parentes até a quinta geração se for preciso, pois como diz o ditado, a mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta."
A grande questão levantada nesse período pré-convenções é: Quem conseguiria ser eleito na chapa de um falso paladino da moral, qualquer que seja ele? Fiquei sabendo que a assessoria de imprensa do senador exigiu nas entrevistas que concedeu nos últimos dias que esse tema não fosse abordado. Se isso realmente aconteceu, é porque o senador está escondendo algo ou realmente não tem preparo para enfrentar questões espinhosas", finaliza o jornalista em tom enigmático dizendo que "Cedo ou tarde o mais será revelado".