quinta-feira, 21/11/2024
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Surge novo nome na trama

Um nome “muito conhecido” no país passou a ser investigado pela Polícia Federal desde ontem, quando apareceu pela primeira vez em um dos mais de 800 extratos telefônicos que norteiam as investigações sobre a origem do dinheiro que seria usado na compra do dossiê anti-tucanos.

“Esta pessoa ligou para um dos envolvidos e recebeu uma ligação de volta”, resume o superintendente da PF em Mato Grosso, Daniel Lorenz.

Segundo ele, lembrando que o inquérito do dossiê corre em segredo de justiça, pode dizer apenas que as ligações foram feitas em telefones fixos e dentro do período considerado suspeito, ou seja, horas antes da entrega do dinheiro, durante as transações no hotel Íbis, ou horas após o flagrante feito em Valdebran Padilha e Gedimar Passos, presos no dia 15 de setembro.

A vida dessa pessoa, ainda conforme Lorenz, já está sendo investigada desde ontem, para que a PF saiba onde esteve e o que fez durante o período suspeito. Se preciso, completa o superintendente, ela será interrogada. “Mas se isso será necessário, só o tempo vai dizer”.

Ainda segundo Lorenz, esta pessoa pode também nada ter a ver com a negociata e ser o que se chama em linguagem dos investigadores uma “bola fora”.

Nos extratos telefônicos, a PF atenta mais para o improvável. “Se o cara tem uma pizzaria, é comum que receba 500 ligações por dia. Mas se há apenas uma ligação de um orelhão público, então pode estar usando de medida de segurança”, explica. Perguntado se nos extratos aparecem ligações de orelhões, ele afirma que “sim, algumas”.

As quebras de sigilo bancário e telefônico têm ajudado a apontar inconsistências, ou seja, situações de irregularidade. Como por exemplo, saques acima do limite legal e que não foram informados pelo banco ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entidade mista criada pela lei 9.613 em 3 de março de 1998, para coibir a prática de lavagem de dinheiro. Perguntado sobre qual seria o banco que não fez isso, o superintendente disse que não trabalha com nomes e, sim, situações.

No inquérito do dossiê, a PF atua, conforme Lorenz, pressionada. A Justiça, o Ministério Público Federal e a imprensa cobram informações conclusivas. Sobre o fato de revelações serem feitas antes das eleições, ele afirma que esta não é a referência da PF, que está caminhando no ritmo que as diligências pedem, mas que isso exijará mais tempo.

A ampliação de tempo será pedida oficialmente hoje ao juiz Jefferson Schineider, junto com o protocólo do relatório preliminar das investigações, pedido pela CPI dos Sanguessugas e concedido pela Justiça Federal.

Para comprovar que está trabalhando, o superintendente oferece números. No inquérito do dossiê, “foram 10 quebras de sigilo bancário, mais de 800 telefônico, 11 depoimentos e um requerimento”. Em extratos bancários, a PF já conseguiu identificar vários “laranjas”, cujos nomes foram possivelmente usados sem consentimento.

A PF não descarta que o dinheiro – R$ 1,7 milhões, sendo US$ 248 – tenham diversas origens. Os indícios já apontam para isso. É provável, por exemplo, que pelo menos R$ 5 mil sejam oriundos do jogo do bicho, pois esta quantia estava envolvida em fitas de papel com os nomes de duas localidades cariocas: Caxias e Campo Grande. Ambas de uma região dominada pelo empresário Antônio Petrus Kalil, o Turcão, visto pela polícia como influente bicheiro.

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Parmenas Alt
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A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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