A Apas (Associação Paulista de Supermercados) apresentou ao governo estadual uma proposta de inclusão de itens de higiene e limpeza na cesta básica. Segundo a entidade, o objetivo é ampliar o acesso das classes C, D e E a esses produtos, como absorvente higiênico, creme dental, escova dental, fralda descartável, papel higiênico, água sanitária, sabão em pó e detergente.
A entidade também sugere a inclusão de outros itens, como adoçantes, biscoitos, massa instantânea e pescado fresco.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela Apas, encomendada à LatinPanel, aponta que, ao analisar as chamadas cestas-padrão dos domicílios (itens consumidos regularmente), enquanto um domicílio de classes AB mantém 50 categorias na sua cesta-padrão, os lares de classe C matem 40 e, os de DE, 28.
A pesquisa também revela que o aumento poder de compra não altera o comportamento das classes AB, que agrega apenas nove outras categorias à sua cesta. Mas o mesmo efeito faz com que a classe C compre 16 novos itens e as classes DE agreguem 21 novas categorias.
Nas classes DE, o gasto com alimentação e bebida chega a 32% da renda, enquanto o gasto com higiene representa 5% e limpeza, 2%.
Segundo o levantamento, as famílias buscam marcas mais baratas para os produtos de limpeza e, principalmente, canais alternativos de venda. Atualmente, por exemplo, 55% dos domicílios pesquisados compram água sanitária na porta de casa.
As necessidades de higiene pessoal também não estão plenamente atendidas: mais de 430 mil lares em 2006 não consumiram creme dental, e outros 200 mil não compraram papel higiênico, segundo a pesquisa.
Segundo o estudo, isso ocorre também porque as famílias não se sentem totalmente atendidas com itens alimentares. Na Grande São Paulo, 17% dos lares informaram que, ao melhorar a renda, vão às compras de comida. Nas classes DE, o índice chega a 30%.