domingo, 22/12/2024
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STF pode julgar hoje a obrigatoriedade ou não do diploma de Jornalismo

O Supremo Tribunal Federal (STF) já informou que está na pauta de hoje quarta-feira (17) um assunto que deveria ser incômodo como um prego no
sapato para todos os jornalistas, estudantes de jornalismo e professores de jornalismo, mas não tem nos atormentado tanto, ou pelo menos não de forma dirigida, que provoque uma reação imediata, tão dura quanto será esse golpe
contra a carreira: a eminência da cassação da obrigatoriedade do diploma
para o exercício do jornalismo.*

*Isso denota uma anestesia geral, o que não surpreende diante da conjuntura sistêmica, o aprofundamento do capitalismo, que nos empurra para um círculo vicioso de trabalho extenuante. Mal sobra tempo para os amigos, os amores, a
família, os filhos, para o bar ou outro lazer, nem sobra tempo para a gente ficar à toa.*

*É fácil entender essa anestesia geral, quando o que se quer ao fim do dia é somente o necessário descanso. É fácil entender essa anestesia diante da desesperança causada por projetos políticos que nos frustram. Mas é preciso acionar o alerta, gente. Talvez nessa anestesia ainda haja alguns que ainda não tenham se apercebido do caos do momento para o jornalismo. Urge mais um
grito em favor do diploma! Talvez o último.*

*O ministro do STF Gilmar Mendes, mato-grossense, de Diamantino, presidente
do Supremo, já deu parecer favorável a derrubada do diploma para o exercício do jornalismo. Ele tem muita influência na Casa, óbvio. Ainda que tenha sofrido um solavanco nacional do ministro Joaquim Barbosa que o vaticinou chefe de capangas e ainda que atitudes suas estejam gerando atos públicos em todo o Brasil.*

*Há, ainda assim, um enorme risco, depois de três adiamentos, que, nesta quarta-feira, a obrigatoriedade do diploma caia por terra. É
possível escutar o relógio dando as últimas badaladas, sentir o bafo na nuca
dos votos sim ou não, pressentir o resultado da votação, imaginar as articulações por trás de tudo isso, desde que essa matéria entrou nos
tribunais do Brasil. E o gosto amargo na boca, caso o resultado seja negativo para nós.*

*O grande argumento de Mendes e dos empresários da radiodifusão de São Paulo, que acionaram a justiça para decidir a causa, é a liberdade de
expressão. Ou seja, para eles, sem a exigência do diploma para o exercício do jornalismo a imprensa será mais livre. Não procede.*

*Se não há liberdade de imprensa é porque os governos e o capital financeiro pagam para que as matérias que lhes convém sejam publicadas e nunca o contrário disso, salvo exceções.

*Jornalistas, exceto os que assumem cargos ditos de confiança, estão à revelia das decisões editoriais nas redações e em outros ambientes de
trabalho jornalístico. Portanto, não será cassando a obrigatoriedade do diploma de jornalista que haverá mais liberdade de expressão. É atacar a formiga, enquanto a raposa se apodera, sorridente, do galinheiro.

Caindo a exigência do diploma, haverá de imediato o achatamento salarial, claro, com muito mais gente no mercado. E podemos esperar o aprofundamento das demais distorções já identificadas no mundo das comunicações.

Já fizemos o enterro simbólico do Gilmar Mendes, em Cuiabá, ano passado. Já fizemos ato em Brasília, com sindicatos articulados pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), em frente ao Supremo. A mesma Fenaj tentou, com as
“pernas” políticas que tem, fazer uma intervenções, com esse e aquele ministro, essa e aquela entidade, com o povo, que chegou a se posicionar em pesquisa favorável ao diploma. Nós, nos estados, também fizemos o que
pudemos. Alguns conseguiram ir para as ruas. Mas o fato é que ainda há o risco da desregulamentação da profissão.

Por fim, peço que cada um e cada uma que ler este texto o replique e responda a esse e-mail –vamos tentar um ultimato virtual. Entre esta
quarta. Vamos alimentar o blog do Sindjor-MT com comentários e enviar também nossa opinião à Fenaj e ao STF.

*Ainda resta esperança.*
A DIRETORIA

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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