Todos os dias quando acordo penso sempre em quantas coisas poderia fazer como cidadão. Sabe sou policial rodoviário federal há 26 anos. Convivo com muita gente que às vezes vem até nós precisando de ajuda.
Isso despertou em mim uma vontade de ajudar e vi que há muita coisa que pode ser feita e o quanto o poder público é injusto. Se fornece água ao bairro, não coloca asfalto, se coloca asfalto, não põe sinalização, se tem energia falta iluminação, ou seja, tudo é feito de forma ‘meia –boca’ como se nós como cidadãos que pagamos impostos merecêssemos um ‘serviço mais ou menos’ nos negando assim nossos direitos.
O que me deixa atônito é que às vezes são pequenos serviços que nem demandaria mais que um dia de trabalho, mas não é feito. Se você reclama e ‘mete a boca’ nos meios de comunicação você é muitas vezes confundido com um agitador e não como um indivíduo que paga impostos e tem direito de exigir o que de lei deveria ter.
Sim somos cidadãos do bem queremos semáforos para atravessar cruzamentos, sinalização e faixas de pedestres nas ruas, queremos a rua iluminada para que possamos ver quem passa e para diminuir as chances de sermos alvos da bandidagem, queremos asfalto nas ruas e calçadas para que possamos viver com dignidade em nossos bairros, queremos ônibus e pontos com cobertura para que possamos ir trabalhar nesse sol de 40°, queremos água nas torneiras para não precisar nos humilharmos pedindo caminhões pipa da empresa de água e nem gastar nosso salário que já é pequeno comprando galões de água para matar a sede de nossos filhos. Queremos respeito, comprometimento do poder público que elegemos para lutar por políticas públicas coletivas que beneficiem a todos e não somente A ou B.
Queremos apenas ser cidadãos cuiabanos em sua total integridade. Somos sim um povo hospitaleiro que nesses momentos difíceis com a pandemia, nos juntamos para fazer sopão para os que estavam sem ter o que comer por não terem trabalho para levar o sustento para casa.
Esse mesmo povo hospitaleiro e solidário que distribuiu máscaras em bairros carentes, álcool gel e ainda alimento para que ninguém padecesse mais que outros por não ter condições financeiras.
Queremos apenas que o poder público olhe para mim, para você e para cada cidadão que precisa de apoio e de dignidade e que lembre que quando demos o voto na urna, demos um voto de confiança que esse ou aquele candidato lutaria por melhorias para todos.
Porque eu sou um cidadão cuiabano e mereço respeito.
Paulo Mello – é bacharel em Direito, professor de Legislação de Trânsito e Língua Portuguesa, ex- Policial Civil , Policial Rodoviário Federal há 26 anos e cidadão cuiabano.