Por se tratar de uma área remota, é difícil obter detalhes ou cifras precisas de vítimas. Há muitos corpos nos destroços de até 30 casas destruídas nas explosões.
Equipes de resgate continuam vasculhando os escombros de dezenas de edifícios em busca de corpos de vítimas. As explosões teriam destruído ou iniciado incêndios em vários prédios, segundo um porta-voz do exército iraquiano.
Menino ferido em hospital da região
Segundo o prefeito, o número de mortos é muito elevado porque a maioria das casas destruídas – uma colada à outra, em três condomínios ocupados por yazidis – era feita apenas de barro. As moradias ficavam nos bairros de Kahtaniya, Al-Jazeera e Tal Uzair.
Depois do ataque, as autoridades impuseram um toque de recolher total na região de Sinjar, que fica perto da fronteira com a Síria. O prefeito Hasoun disse que apenas pessoas e veículos envolvidos nas operações de busca poderiam transitar.
As vítimas
As vítimas do atentado pertencem a uma religião pré-islâmica, o iazdânismo, em geral adotada por curdos. As cerca de 500 mil pessoas são consideradas infiéis pelos muçulmanos xiitas e vivem principalmente no norte do Iraque e na Síria.
Nos últimos meses, eles foram vítimas de vários sequestros e assassinatos cometidos por árabes sunitas.
Em abril, 23 operários yazidis de uma fábrica de Mosul foram mortos numa aparente retaliação pelo apedrejamento, ocorrido semanas antes, de uma adolescente yazidi que teria se apaixonado por um sunita e se convertido ao Islã.
Esta mulher curda também se feriu
Os yazidis do Iraque dizem que costumam ser perseguidos porque o anjo mais venerado por eles, como uma manifestação de Deus, é frequentemente identificado na terminologia bíblica como Satã, o anjo caído.
Suspeitas
Os militares dos Estados Unidos disseram na quarta-feira que a Al-Qaeda no Iraque é a principal suspeita pelos atentados suicidas. A escala e a natureza aparentemente coordenada dos ataques carregam as impressões digitais do grupo, que é sunita.
“Vemos a Al-Qaeda como principal suspeita”, disse o tenente-coronel Christopher Garver, porta-voz militar dos EUA.
Repercussão
A Casa Branca qualificou os atentados como ataques “bárbaros” que buscam minar a estabilidade do país.
“Condenamos estes ataques bárbaros contra civis inocentes”, disse a porta-voz Dana Perino. “Os extremistas continuam mostrando até onde chegarão para impedir que o Iraque seja um país estável e seguro”.
O ministro de Assuntos Exteriores britânico, David Miliband, qualificou nesta quarta-feira o atentado de “golpe assassino” contra o povo iraquiano.
” Foi um golpe assassino, cometido por aqueles que só perseguem a destruição”, disse.
O chanceler lembrou que “a violência terrorista não encerra a resposta ao futuro do Iraque” e acrescentou que conseguir “um futuro estável” para o país “depende de um Governo eleito e sólido, do fim da violência sectária e do desenvolvimento social e econômico.
O chanceler francês, Bernard Kouchner, considerou hoje os ataques como “atos bárbaros”.
“A França condena com a máxima firmeza estes atos bárbaros, que continuam ensangüentando o Iraque, atingindo-o em sua diversidade”, afirmou Kouchner em comunicado.
Após expressar seu “pesar e compaixão” às famílias das vítimas e a todos os iraquianos, o ministro ressaltou que a França pede às comunidades do Iraque que “não cedam à tentação do ódio”.
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