Polícia local diz que resgatados com vida chega a 95, enquanto os dados como desaparecidos são 613
Subiu para 318 o número de mortos de uma seita cristã que jejuaram até a morte em uma floresta no sul do Quênia para “ver Jesus Cristo”. A informação foi confirmada pela polícia local nesta quarta-feira, 14, após localizar mais 15 corpos. A comissária regional de polícia da costa queniana, Rhoda Onyancha, confirmou estes números, registrados desde o início das exumações em abril na floresta de Shakahola, que se encontram na sua terceira fase. Em declarações publicadas pela imprensa local, Onyancha destacou que o número de resgatados com vida chega a 95, enquanto os dados como desaparecidos são 613. Um novo suspeito foi preso, elevando para 36 os presos em conexão com o chamado “massacre de Shakahola”. Nesta quarta, compareceram diante do tribunal de Shanzu, na cidade de Mombaça, o líder da seita que supostamente persuadiu as vítimas a jejuar, o pastor Paul Mackenzie, junto com sua esposa e outros 28 suspeitos. A pedido do Ministério Público, o juiz Yusuf Shikanda ordenou a transferência de Mackenzie e dos restantes dos detidos para a prisão de Malindi, onde permanecerão até a nova audiência, prevista para o próximo dia 21. A acusação fez o pedido devido à visível debilidade de alguns suspeitos – um deles sequer conseguia levantar no tribunal – que apoiaram uma greve de fome, para que, sob custódia policial, sejam obrigados a comer na prisão e evitar o risco de morte. Na última segunda-feira, 12, um total de 65 vítimas resgatadas da floresta compareceram ao tribunal de Shanzu. Quase todos os mortos do “massacre de Shakahola” foram exumados de sepulturas e valas comuns naquela floresta, exceto alguns que morreram no hospital devido ao seu estado grave. As autópsias de mais de uma centena de corpos mostraram que, embora todos mostrassem sinais de fome, os cadáveres de pelo menos três crianças e um adulto também apresentavam sinais de estrangulamento e asfixia. As primeiras investigações da polícia apontam que os fiéis eram obrigados a continuar jejuando mesmo que quisessem abandoná-lo. O presidente do Quênia, William Ruto, pediu desculpas em 14 de maio em nome de seu governo por não ter evitado as mortes.
JovemPan