O presidente venezuelano, Hugo Chávez, determinou o atraso dos relógios em meia hora. E ele quer a ordem seja cumprida em tempo recorde, a partir da próxima segunda-feira.
“Não ligo se me chamarem de louco, o novo horário irá adiante, podem me chamar do que quiserem”, disse Chávez em seu programa semanal de TV. “A culpa não é minha. Recebi uma recomendação e disse que gostava da idéia.”
Chávez argumentou que a mudança vai permitir que as crianças acordem de dia para ir à escola, não de madrugada.
Muitos concordam com as razões da mudança, mas não com sua implantação repentina e afobada. Além disso, a decisão corrobora a impressão, difundida pela oposição, de que Chávez governa de modo excêntrico e improvisado.
O próprio Chávez se atrapalhou com a mudança. Durante o programa ao vivo, convocou seu irmão, ministro da Educação, para explicar o novo horário, mas ele acabou dizendo que os relógios deveriam ser adiantados em meia hora, justamente o contrário do previsto – como o presidente corrigiu depois.
Sobre a mudança ser apenas de meia hora – e não uma hora cheia -Chávez disse que o mundo não era obrigado a seguir um esquema de divisão dos fusos horários definido, segundo ele, pelo imperialismo norte-americano.
A mudança faz a Venezuela ter um horário único no mundo.
Mas, em outras longitudes, alguns países têm sua hora oficial meia hora à frente ou atrás de seus vizinhos. No Reino do Nepal, os relógios marcam apenas 15 minutos a mais do que na Índia.
As empresas venezuelanas estão convocando técnicos às pressas para atualizar seus computadores. O governo transmitiu poucos anúncios explicando a mudança em linhas gerais à população.