Ignorando todos os apelos e sanções internacionais, a Coreia do Norte disparou, mais um míssil balístico. Desta vez, trata-se de um míssil intercontinental, que, segundo as autoridades de Pyongyang, caiu no Mar do Japão após voar por 39 minutos.
Dizem ainda as autoridades locais que este é primeiro teste de míssil intercontinental já feito na Coreia do Norte. "Nosso míssil pode atingir qualquer parte do mundo", declarou a Academia de Defesa de Pyongyang.
"Estamos em posse do míssil balístico intercontinental mais potente, capaz de atingir qualquer parte do mundo. Junto com o nosso arsenal nuclear, colocaremos um fim às ameaças de guerra dos Estados Unidos e manteremos a paz e a estabilidade na península coreana", disse, por meio de um comunicado, o governo local.
Ameaça
Em resposta ao lançamento, países da região já se pronunciaram e condenaram os testes. Para o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, "o teste de míssil demonstra claramente como a ameaça de Pyongyang é cada vez mais perigosa". O míssil caiu em uma área que o Japão reclama como zona econômica exclusiva.
Além dele, o presidente russo, Vladimir Putin, criticou o teste. Porém, o líder do Kremlin minimizou a potência do míssil, dizendo se tratar de um projétil de médio alcance. "O lançamento não constitui uma ameaça para a Rússia", informou Moscou.
Por sua vez, o mandatário norte-americano, Donald Trump, definiu o teste como "sem sentido" e criticou a Coreia do Norte , país com quem tem mantido desavenças e ameaças constantes de guerra.
"A Coreia do Norte acaba de lançar outro míssil. Esse cara não tem nada melhor para fazer na vida?", atacou Trump no Twitter. "É difícil acreditar que a Coreia do Sul e o Japão vão suportar isso por muito tempo", ameaçou.
Já a Coreia do Sul, adversária política de sua vizinha, monitora constantemente as rádios e comunicações do norte. As autoridades de Seul informaram que o míssil percorreu 930 quilômetros desde a base de Banghyun.
Ordens pessoais
A emissora estatal norte-coreana KCTV confirmou que o míssil novo, batizado como Hwasong-14, alcançou uma altura máxima de 2.802 km. Segundo a emissora, o próprio líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, deu pessoalmente a ordem para lançar o projétil.
"A República Popular Democrática da Coreia [nome oficial do país] se converteu em um importante poder nuclear com o ICBM mais poderoso, capaz de atacar qualquer parte do mundo", afirmou a apresentadora Ri Chun-hee, encarregada das notícias mais importantes para o regime.
O regime de Pyongyang ameaça, há anos, implementar um projeto militar com mísseis balísticos capazes de carregar bombas nucleares e atingirem o território do Estados Unidos. Já foi adotada uma série de sanções internacionais contra a Coreia do Norte, mas o regime mantém os testes militares.
Somente neste ano, foram realizados mais de 10 lançamentos, sendo que o último ocorrera em junho. O teste deste míssil intercontinental, nesta terça-feira, acontece a apenas cinco dias da cúpula do G20, que reunirá as 20 maiores economias e potências mundiais, em Hamburgo, na Alemanha. A agenda do encontro prevê discussões sobre a Coreia do Norte.
* Com informações da Agência Ansa.