A agropecuária é um dos motores que alavancam a economia de Mato Grosso, o sucesso do agro atualmente é fruto de parcerias entre sociedade, estado, servidores públicos e produtores rurais. Nosso maior respeito aos produtores rurais, mas quem os representa afronta a verdade total dos fatos.
Frente a propaganda da Aprosoja que tanto faz questão de atacar os servidores públicos em Mato Grosso, o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Agrícola, Agrário, Pecuário e Florestal (Sintap/MT), que representa os servidores do Indea e Intermat, procurou fazer um levantamento dos resultados obtidos por parte dos produtores de soja, e traçou um comparativo entre as situações das duas categorias.
No estado de Mato Grosso são cultivados mais de 9 milhões de ha de soja. Conforme dados do Imea que podem ser facilmente obtidos no próprio site do Instituto, o desempenho da atividade está descrito na tabela abaixo:
Custo de produção R$ | Produtividade média /ha | R$ por saca de 60Kg | Receita bruta | Resultado (lucro líquido) |
4.200,00 | 62,5 | 150,00 | 9.375,00 | 5.175,00 |
“Com isso, podemos concluir que quem planta 100 hectares de soja ganha liquido 500 mil reais por ano, porém, a grande maioria das lavouras mato-grossenses é muito superior a esse tamanho, sendo que o “imposto” pago conforme o Imea, é de apenas 150 reais sobre um custo de R$ 4.200,00 por hectare, ou seja, 100 hectares plantados de soja daria um custo de apenas 15 mil reais de impostos e 500 mil reais de lucro”, afirma o Sintap/MT.
Este valor representa apenas 3% do custo total da lavoura por hectare, sendo ainda, que, destes 3% de “impostos” em um total de aproximadamente 150 reais, o valor de R$ 6,20 é destinado a Aprosoja através do FETHAB.
O recurso retirado do Fethab que seria destinado à população é direcionado a Aprosoja sendo esta uma instituição privada, conforme afirma a diretoria do sindicato.
A diretoria do Sintap/MT questiona também sobre o quanto seria a receita da Aprosoja? Conforme os dados fornecidos pelo próprio Imea o valor repassado pelo Fethab a associação está em torno de R$ 6,20 /ha o que multiplicado pelos mais de 9 milhões de hectares de plantio da cultura podem alcançar a cifra de R$ 54 milhões de reais anuais, dinheiro público indo para fundo privado.
“Neste caso é importante salientar que a administração pública tem a obrigação de dar transparência aos dados públicos, por que a Aprosoja não faz o mesmo? Divulgando sua prestação de contas. Quem cobra deve dar o exemplo”, afirma Sintap/MT.
Para o Sintap/MT, esse seria o real motivo do Agro querer em primeiro lugar a Reforma Administrativa e somente depois a Reforma Tributária, para continuar pagando poucos impostos. “O servidor tem seus impostos descontados diretamente na fonte ao receber seu salário, e o agro paga poucos impostos proporcionalmente”, diz.
Neste contexto com dados obtidos do Imea, um produtor de soja com apenas 24 hectares receberia liquido o valor de 120 mil reais por ano, que dividido por 12 meses, resultaria em um salário líquido de 10 mil reais mensal. “Quantos cidadãos e servidores públicos mato-grossenses recebem esse salário líquido por mês? Além de terem esses lucros altíssimos, praticamente não pagam impostos, então, quem lhes dá o direito de atacar os servidores que trabalham diuturnamente em atender o cidadão deste Estado e pagam proporcionalmente muito mais impostos?”, diz a diretoria do sindicato, que ainda complementa, “apoiamos e desejamos o sucesso do agro, porém, entendemos que as riquezas devem ser melhores distribuídas”, conclui a diretoria do sindicato.
Confira as informações aqui expostas diretamente nos sites das entidades abaixo: