O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipétroleo) pediu apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP), na busca de uma solução para a escassez de Gás Natural Veicular (GNV) nos postos de combustíveis no estado.
Os revendedores entendem que é necessária a intervenção do governo Blairo Maggi junto ao governo federal para evitar o fechamento da Usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá) e a escassez de gás natural, principalmente na Grande Cuiabá.
O Brasil tem um contrato, via Petrobras, com a Bolívia de 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por ano, sendo que grande parte não é utilizado. O presidente da Assembleia confirmou que vai participar de uma reunião com o governador Silval Barbosa (PMDB) e o Sindipetróleo no início da próxima semana. “Acho importante a promoção de uma negociação não só com o governo do Estado, como também com o governo Boliviano já que todos sabem que o mercado de gás tem viabilidade”, destacou Riva.
Diante da falta do GNV na Grande Cuiabá, Carlos Avalone, representando o Sindicato das Indústrias de Redes Elétricas de Mato Grosso (Sincremat), sugeriu que o parlamentar ajude na conversa com o governo para que uma articulação seja feita com diretores da Petrobras sobre a possibilidade de fornecerem gás para Mato Grosso e, assim, evitar a desativação da usina e da falta de gás. “Estamos tentando unir mais forças para promover na prática a viabilidade deste combustível e o apoio do Legislativo é importante para nós”, diz o primeiro secretário do Sindipetróleo, Bruno Borges.
Desmotivados
Revendedores de Mato Grosso investiram cerca de R$ 20 milhões e não estão tendo retorno. “Somente eu investi R$ 700 mil no negócio sonhando com a abundância de um combustível alternativo. E não é só isto. Tem toda uma cadeia que é composta por empregos, estabelecimentos de conversão de abastecimento que hoje estão fechando, taxistas que fizeram conversão e o consumidor que está na ponta”, aponta o proprietário do Posto Metropolitano, em Cuiabá, Ranmed Moussa.
O empresário Paulo Emboava, proprietário Rede de Postos Vip, investiu cerca de R$ 800 mil e já contabiliza os prejuízos. “O GNV surgiu como sendo mais limpo para o meio ambiente e também barato, mas nem os empresários e nem o consumidor pôde usufruir disso”, frisa Emboava.
Somente na Grande Cuiabá, seis postos investiram no GNV, porque acreditaram que haveria gás abundante. Centenas de taxistas estão tendo prejuízos, porque esperavam economia com a conversão para uso do gás que gera economia de até 150% em relação à gasolina. O GNV tem vantagens como não poder ser adulterado, nem sonegado, além dos benefícios socioambientais e ainda gerar renda a partir da economia obtida.