A alta do preço do trigo importado pelo Brasil pode influenciar no valor do preço do pão nos próximos meses e o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado de Mato Grosso (Sindipan) alerta os empresários do segmento, para que não aceitem preços exorbitantes. Segundo o presidente do Sindipan, Luiz Garcia, os empresários do segmento devem pesquisar e negociar com os fornecedores para que o preço repassado ao consumidor não sofra grandes alterações. “Está se especulando que o preço da farinha de trigo pode chegar a percentuais absurdos, sem justificativa alguma”, afirma.
Segundo o presidente em exercício da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (ABIP), José Batista de Oliveira, o preço do trigo importado da Argentina e dos Estados Unidos irá refletir no preço do pão. “Sabemos da alta do dólar nos últimos seis meses e do preço da tonelada do trigo americano que aumentou devido a seca no país, mas entendemos que o aumento da farinha deve ser entre 20% e 25% em relação ao preço praticado no mesmo período do ano passado”, informou.
Para segurar o preço a ser repassado ao consumidor, o presidente da ABIP reforça que o empresário deve tentar sensibilizar os fornecedores do produto para que pratiquem preço justo. Outro fator que pode aliviar os custos é o trigo brasileiro que deve entrar no mercado até outubro. “Temos o desafio constante de aumentar o consumo per capita de pão no país, mas lidamos com o custo muito alto de produção e com a grave falta de mão de obra”.
Atualmente, segundo a ABIP, o preço médio do pão no país é de R$7 o quilo. Em 2011, o segmento registrou vendas de R$ 62,99 bilhões em 2011, o que representa um crescimento de 11,9% em relação aos R$ 56,3 bilhões faturados em 2010. A participação do setor de panificação no Produto Interno Brasileiro (PIB) brasileiro saltou de 1,53% de 2010 para 1,66% em 2011. (O PIB de 2010 foi de R$ 3,674 trilhões e o de 2011 foi de 3,784 trilhões).