Pela primeira vez na história, os trabalhadores das feiras de Mato Grosso
terão uma radiografia completa sobre as condições de trabalho, perfil
sócio-econômico, fundiário e escolar, entre outros itens. O trabalho começa
a ser executado pelo recém-criado Sindicato dos Feirantes e Similares de
Mato Grosso para assegurar que a categoria seja contemplada com políticas
públicas em diversas áreas, com ênfase para o social e a economia.
A entidade foi criada com apoio da Secretaria Adjunta para Assuntos
Comunitários da Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência
Social (Setecs).
O presidente do SindFeiras, Pedro Albuquerque, o “Pedrinho da Feirantes”,
explica que a idéia é melhorar melhorar as condições de trabalho dos
feirantes de Mato Grosso. Ele espera que a classe tenha condições de se
organizar melhor e conseguir melhores preços na compra de suas mercadorias,
podendo alargar a margem de lucro atual, além acesso à casa própria,
faculdade para os filhos e financiamento em bancos público e privados.
O trabalho de Pedrinho dos Feirantes é estender para os demais municípios
algumas das conquistas já alcançadas pela categoria em Cuiabá, como a
parceria com o Banco do Brasil, em projetos de micro-crédito e linhas
específicas de financiamento.
“Temos buscado parcerias com instituições do governo de Mato Grosso, como a
MT Fomento e a Setecs, que possibilitem organizar e qualificar os feirantes.
Pela importância econômica e social das feiras, temos certeza que a
constituição de um sindicato é essencial para estruturar esses
empreendedores, de forma que eles possam ser competitivos em meio à
concorrência de supermercados e sacolões”, argumenta Pedrinho da Feira.
“Isso só depende do comprometimento e responsabilidade de cada um”, emenda
ele.
O presidente do Sindicato observa que muitos os feirantes “estão se sentindo
perdidos” no mercado atual.
Na próxima segunda-feira, Pedro Albuquerque se reúne com representantes do
governo do Estado para discutir a possível concessão de terreno para a
construção de sede própria do Sindicato.
Atualmente, Mato Grosso conta com mais de 300 feiras livres, sendo quase 60
na Grande Cuiabá. Até o final da década de 90, eram cerca de 400 feiras em
todo o Estado. Dezenas foram “extintas”. São aproximadamente 5.000 feirantes
que atuam de terça-feira a domingo, em mais de 100 municípios
mato-grossenses.
Além de Cuiabá e Várzea Grande, representando o Sindicato, Pedrinho da Feira
tem visitas agendadas a Rondonópolis, Cáceres, Tangará da Serra, Sinop,
Campo Novo do Parecis, Juara, Primavera do Leste, Colíder, Alta Floresta,
Barra do Garças, Sorriso, Rosário Oeste, Pontes e Lacerda, Lucas do Rio
Verde, Juína e Jaciara, até o final do primeiro semestre de 2009.
Pedrinho dos Feirantes