Os metroviários não cumpriram a determinação do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) de manter 100% da frota rodando no horário de pico. Flávio Godoi argumentou que se cumprisse a regra, não haveria protesto. Ele também afirmou que o sindicato vai recorrer de todas as multas acionadas contra a categoria.
Já o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, garantiu que a cidade está preparada para suportar a greve dos metroviários e avisou que o governo irá cobrar os prejuízos causados pela paralisação. “Está tudo preparado. Vamos cobrar as multas e vamos ver se eles têm vergonha na cara de pagar multa. Porque também há impunidade. Ninguém quer pagar ninguém, vai jogando com a morosidade da Justiça”, disse em entrevista à Rádio Eldorado AM. Fernandes declarou também que serão cobrados os prejuízos financeiros diretos causados de mais de três milhões pessoas que não puderam contar com o Metrô nesta terça-feira. “Vamos entrar com uma ação contra esta situação”.
Trânsito
Nesta tarde, apesar da grave, o trânsito estava calmo. A Companhia de Engenharia de Tráfego registrou 35 quilômetros de congestionamento na capital paulista às 17h. A média para o horário é de 56 quilômetros.
Contudo, pela manhã, devido à paralisação, o congestionamento em São Paulo beteu o recorde do ano no período da manhã. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), registrou, às 9h, 188 km de lentidão. Às 11h o trânsito apresentava uma melhora, mas ainda estava alto. O índice medido foi de 138 km, para uma média de 46 km de congestionamento. Confira as fotos do dia de caos em São Paulo.
Também devido à greve dos metroviários, cerca de 200 detentos do Instituto Penal Agrícola de Bauru, no interior de São Paulo, não conseguiram retornar para o presídio. Beneficiados pela saída temporária para passar em casa o Dia dos Pais, eles foram diretamente afetados pela greve.
Os presos teriam que pegar os ônibus fretados por eles mesmos esta manhã, nas proximidades da Estação Barra Funda do Metrô. Mas, em razão da greve dos metroviários e do trânsito caótico na cidade, eles não conseguiram chegar na Barra Funda às 9 horas. Os ônibus partiram para Bauru vazios.
Greve
Todas as estações da Companhia do Metropolitano não operam nesta manhã de terça-feira em razão de uma paralisação dos funcionários da empresa na capital paulista. Cerca de 2,5 milhões de pessoas serão prejudicadas hoje em razão da greve. Os metroviários contra processo de privatização da Linha 4.
Apesar de o Tribunal Regional do Trabalho ter mantido liminar prevendo que, em caso de greve, os metroviários garantissem a manutenção de 100% da frota de cada linha nos horários de pico (entre 6 e 9 horas e entre 16 e 19 horas), e de 80% nos demais horários, isso não ocorreu.
Segundo a São Paulo Transportes (SPTrans), estendeu até o centro da capital paulista o itinerário de 103 linhas de ônibus devido à paralisação do Metrô. De acordo com a companhia, o ponto final de parada varia conforme a área da cidade.
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) reforçou sua operação, principalmente na zona leste da capital paulista. A Polícia Militar vai entrar com reforço do policiamento.
A CET informou que o apesar da suspensão do rodízio, a zona azul segue valendo normalmente. O número de marronzinhos nas ruas da capital também é maior nos horários de pico.
O promotor de Habitação e Urbanismo, José Carlos de Freitas, afirmou que será instaurado um inquérido com o intuito de punir os responsáveis pela greve dos metroviários, que prejudica cerca de 2,5 milhões de pessoas em São Paulo. Segundo a promotoria, o sindicato dos metroviários não cumpriu a ordem da justiça de colocar em funcionamento 100 por cento dos trens nesta quarta-feira, e receberá multa de R$200 mil.
