Após longos embates e articulações para alianças iniciadas há mais de um ano, o processo das eleições mato-grossenses começa a ser definido neste mês. Até o dia 30, os partidos deverão oficializar as candidaturas em convenções conforme determina a legislação eleitoral.
Em meio às indefinições a respeito do futuro do Movimento Mato Grosso Muito Mais, o PSB tem a convenção marcada para sábado (26). São aproximadamente 100 delegados do partido que decidirão o futuro do empresário Mauro Mendes.
Líder nas pesquisas de intenção de voto em Cuiabá e Várzea Grande, dois dos maiores colégios eleitorais de Mato Grosso, Mendes, ainda assim, enfrenta a resistência interna de setores do próprio partido, que desejam aliança com o PMDB, do governador Silval Barbosa.
O presidente do diretório estadual da legenda, deputado federal Valtenir Pereira, expôs publicamente suas divergências com Mendes e a incerteza permanece com relação à confirmação da candidatura do empresário.
Coincidência
O dia 26 de junho também foi escolhido pelo PMDB, PSDB, DEM e PTB para oficializar candidaturas e apoio político. Pela manhã, as legendas PT, PR e PMDB farão um ato conjunto para reforçar o discurso de unidade em torno dos projetos voltados aos governos estadual e federal. Os três partidos também estão unidos em torno do projeto de eleger Dilma Rousseff (PT) presidente da República.
No mesmo dia, às 16h, no Centro de Eventos do Pantanal, o PMDB oficializa o nome do governador Silval Barbosa para ser candidato ao Palácio Paiaguás. A indicação para vice-governador ainda está indefinida, porém, os peemedebistas tentam convencer a senadora Serys Slhessarenko a aceitar o desafio.
A petista já declarou que tem simpatia pelo projeto de Mauro Mendes e segue inconformada com a derrota nas prévias, que decidiram escolher o deputado federal Carlos Abicalil ao Senado, em detrimento do seu projeto de reeleição.
Tucanos, petebistas e vice-governador
O PSDB e o PTB farão uma convenção em conjunto no dia 26 para reforçar o discurso de união, no estádio Verdinho, no bairro CPA I. No entanto, o ato partidário do DEM, principal aliado dos tucanos, que será realizado na AMM (Associação Mato Grossense dos Municípios), concentrará as atenções do cenário político.
Isso porque a legenda promete pôr fim ao mistério referente à indicação de vice-governador. Um dos nomes que ganharamu força nas últimas semanas é do suplente de senador Jorge Yanai.
Nos bastidores, comenta que o mandato temporário no Congresso Nacional, em substituição a Gilberto Goellner, seria uma estratégia pra ganhar visibilidade nos meses anteriores ao pleito de outubro.
“Iremos anunciar na convenção o nome do vice-governador, por conta de uma decisão em conjunto. O Jorge Yanai é um nome qualificado e elemento histórico do partido que tem a experiência de deputado estadual e atende os requisitos. Mas não há definição alguma do partido neste momento”, contemporiza Oscar Ribeiro, presidente do diretório estadual do DEM.
Proporcional
A relação dos candidatos que irão concorrer a vagas na Assembleia Legislativa e Câmara Federal também será divulgada nas convenções. O Movimento Mato Grosso Muito Mais pretende formar um chapão para deputado federal com PSB, PV, PDT e PPS. Já em âmbito estadual a proposta é unir em palanques diferentes PSB e PV e, do outro lado, PPS e PDT.
A base de apoio do governador Silval Barbosa, composta por PR, PT e PMDB ainda não decidiu se seguem unidos na proporcional. Os republicanos condicionam o apoio à candidatura majoritária à consolidação da aliança na proporcional, o que tem gerado resistência dos peemedebistas.
Já o PTB decidiu coligar-se com PSDB e DEM somente na disputa pela Câmara Federal. Para deputado estadual, a tendência é formar uma chapa pura ou unir-se com legendas consideradas nanicas. Tucanos e democratas ensaiam aproximação para deputado federal, porém, divergem quando o assunto é a Assembleia Legislativa.
A aliança na disputa para deputado federal é considerada essencial para atingir êxito. O coeficiente eleitoral está na média de 197,6 mil votos ao passo que para eleger um deputado estadual o partido ou coligação deve atingir, no mínimo, 67,6 mil votos.
MidiaNews