Em depoimento de delação premiada, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) confessou ter recebido R$ 18 milhões de propina na construção da Arena Pantanal, que sediou jogos da Copa do Mundo de 2014. O valor pago pela empresa Mendes Júnior – responsável pela obra – equivale a 3% do contrato avaliado em R$ 600 milhões.
As revelações foram divulgadas, na noite desta segunda-feira (21), pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Esse foi o segundo crime de corrupção revelado pelo ex-governador desde que ele assinou acordo de colaboração premiada, homologado pelo ministro Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, garantindo restituir R$ 80 milhões aos cofres públicos.
De acordo com a reportagem, Silval contou aos procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que o valor da propina foi negociado junto a Mendes Júnior pelo ex-secretário extraordinário da Copa, Eder Moraes. A cada etapa construída, uma parcela da dívida ilícita era quitada.
Após a saída de Eder do comando da extinta Secopa (Secretária Extraordinária da Copa do Mundo), em 2012, o então secretário Maurício Guimarães assumiu a pasta e as funções de manter a negociação criminosa.
Na delação, consta ainda, que o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB), à época líder do Governo na Assembleia Legislativa, repassou entre R$ 200 e R$ 300 mil de propina paga pela a empresa Canal Livre Comércio e Serviços ao ex-governador. O deputado atuou como uma espécie de ‘despachante’ do dinheiro desviado. Neste mesmo período, a Canal Livre faturou pelo menos R$ 100 milhões para instalar o sistema de iluminação da arena.
O dinheiro, de acordo com ex-governador, foi para quitar dívidas políticas e bancar campanhas eleitorais.
Após receber apenas quatro jogos da Copa do Mundo, o estádio só recebe jogos das séries B e C do Campeonato Brasileiro, com uma manutenção de R$ 600 mil ao mês. Para minimizar o impacto, a atual Gestão Estadual montou uma escola dentro da Arena.
Com RepórterMT