Como diz o narrador: “Haja coração!”. Está chegando a hora. Na próxima quinta-feira (12), o Brasil entra em campo e o coração de muita gente vai sair pela boca. Mas é preciso atenção para que ele, literalmente, não pare de bater.
O estresse gerado durante um jogo tem o poder de elevar a pressão arterial a níveis estratosféricos. Para quem não sofre de doenças cardiovasculares, é absolutamente normal ter hipertensão temporária em situações de ansiedade. Já quem tem o coração fraco ou com outros problemas, o resultado pode ser catastrófico: infarto agudo do miocárdio, AVC isquêmico e hemorrágico, arritmias cardíacas e até mesmo a morte.
Mas calma: quem tem problemas no coração e está em constante acompanhamento com um cardiologista tem riscos pequenos, explica Rogério de Moura, cardiologista intervencionista do Hospital Balbino do Rio de Janeiro. “Se o paciente já está sendo medicado e acompanhado por um cardiologista, não é preciso tomar medicamento extra só para os jogos.
Para aqueles cardiopatas que não visitam o cardiologista há mais de seis meses, cuidado: é melhor evitar grandes emoções durante os jogos e até mesmo não assisti-los. “Uma pessoa que chega no consultório e me diz que tem dor no peito quando faz exercícios físicos muito provavelmente terá problemas diante de um estresse de jogo, pois o mecanismo acionado é o mesmo”, explica Moura.
Nesse caso, não adianta sair da sala só na hora do pênalti ou medir a prressão arterial no intervalo. “Qualquer pessoa, seja hipertensa ou não, vai ter a pressão alterada durante uma situação de estresse”, afirma o médico. “Se o paciente medir a pressão durante o jogo, isso vai gerar uma neura”. Nervoso que tanto pode fazer com que a pessoa vá ao pronto-socorro sem necessidade, ou, bem pior, pode deixá-la tão desesperada e, de fato, fazê-la passar mal.
Por isso, a dica aqui é que cada um examine sua própria condição e, caso saiba que as coisas não estejam bem, mantenha distância da televisão.
Elioenai Paes IG