União de forças pró-impeachment. Foi o que se viu na reunião, ocorrida no auditório do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), quando presidentes e representantes de nove entidades do setor produtivo de Mato Grosso, além de profissionais liberais, se encontraram para discutir, pontuar e definir ações que visam mobilizar a sociedade e parlamentares a favor do impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff.
"Desde 2014, após as eleições, que o governo federal resolveu taxar cada vez mais o cidadão brasileiro, as empresas. Isso é péssimo, pois o setor produtivo precisa produzir, mas não está conseguindo pagar nem os impostos para custear esse país 'monstro' com corrupção, que não tem mais condições de se mover", enfatizou o presidente do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso, Jandir Milan.
De acordo com o líder industrial, o grupo empresarial reunido, que tem muita força e representatividade no Estado, deve cobrar dos parlamentares de Mato Grosso um voto isento pelo impeachment, que estes não tenham interesses pessoais, mas sim uma visão em prol do cidadão brasileiro. "O cidadão saiu às ruas, vimos a mobilização nacional no dia 13 de março. O povo está cansado de conversa fiada e nós, empresários, não aguentamos mais que este governo prejudique o setor produtivo".
Jandir Milan citou o desemprego como um dos graves problemas que o país enfrenta com a atual crise política e econômica. "Há desemprego em todo o Brasil. São Paulo, por exemplo, registrou um nível de 10%, enquanto vários Estados do Nordeste chegam a 12% de desemprego. Realmente, tem que se mobilizar para mudar essa situação. Ao colocar o impeachment em votação na Câmara dos Deputados, nossos parlamentares devem decidir pelo sim ou pelo não. Eles têm que decidir o que querem para o Brasil. E este voto não deve ser partidário, de apoio ou não ao governo, tem que ser o voto da situação brasileira e pensando que o cidadão é quem está sendo o grande prejudicado. Sairemos dessa reunião com a voz do povo e eles deveriam se atentar a isso".
A Carta Empresarial de Mato Grosso, que será redigida e aprovada por todas as entidades, vai ser enviada para os oito deputados federais e três senadores mato-grossenses e, depois, para todos os congressistas. "A reunião tira diretrizes para as instituições enviarem a seus associados e, também, para mostrar aos deputados federais e senadores qual é o sentimento da classe empresarial de Mato Grosso. E isso é muito importante", observou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, anfitrião do evento.
Após a explanação dos líderes empresariais e manifestações de alguns presentes na plateia, foram elencados alguns tópicos que serão distribuídos entre as entidades para as devidas providências e ações. Entre os principais está formalizar o documento – Carta Empresarial de Mato Grosso – para ser entregue aos parlamentares de Mato Grosso, aos poderes municipal, estadual e também aos presidentes da Câmara dos Deputados e Senado. Definir o dia de paralisação de todos os setores para o movimento pró-impeachment e, a partir da próxima segunda-feira (28), iniciar as reuniões periódicas com os representantes das entidades para tratar do assunto e deliberar as ações seguintes. A segunda reunião já está confirmada para 28/03, às 15h, na Famato.
Além dos líderes das entidades de classe também registraram presença na reunião os deputados estaduais Guilherme Maluf e Dilmar Dal'Bosco, e o senador da República por Mato Grosso, José Medeiros.
