O presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Mauro Mendes Ferreira, foi ouvido nesta terça-feira (02-10) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sema como convidado para apresentar as reclamações do setor industrial de base florestal referente à Secretaria de Estado de Meio Ambiente. O líder industrial foi enfático em esclarecer que o segmento madeireiro não é o principal responsável pela destruição da floresta. “O setor de base florestal não é o vilão da área ambiental, nem o principal responsável pelo desmatamento. Ele precisa da floresta em pé para poder manejá-la, extraindo as madeiras maduras, de forma a garantir a continuidade dela”, disse.
O industrial apresentou dados sobre a importância do setor de base florestal para a economia mato-grossense e os novos investimentos previstos para Mato Grosso, que de acordo com ele, será o primeiro Estado no ranking de crescimento do país em 2008, superando índices como o da China. “Todos esses empreendimentos vão necessitar de uma celeridade na liberação das licenças e projetos na área ambiental, e por isso faz-se necessário estabelecer critérios e prazos dentro da Sema para que estas atividades possam se concretizar”.
Quando indagado sobre as dificuldades apresentadas nos processos encaminhados à Sema, Mauro Mendes afirmou que nos últimos 60 dias, o setor percebeu uma melhora considerável na liberação dos projetos. “Grande parte desta acentuada dinâmica se deve ao fato de que a CPI trouxe à luz da sociedade o colapso nos procedimentos, vivido por aqueles que necessitavam do órgão ambiental para a sua atividade produtiva”.
A principal dificuldade encontrada ainda pelos usuários da Sema é a liberação de projetos de manejo e, principalmente, da Licença Ambiental Única (LAU). “A Sema possui mais de cinco mil processos de LAU´s protocolados. Só este ano, 1020 processos entraram, mas apenas 196 foram liberados”, afirmou. Para o empresário, este é o momento de Mato Grosso ter um órgão capaz de cuidar do meio ambiente e exigir a correta aplicação das leis ambientais, sem prejudicar o desenvolvimento do setor produtivo de Mato Grosso.
Para o presidente em exercício da CPI da Sema, Carlos Avalone (PSDB), o depoimento foi importante para apresentar a visão dos usuários do órgão, ou seja, os empresários industriais. “A Fiemt representa grande parte dos industriais que precisam da Secretaria para a liberação de licenças e projetos ambientais. Foi importante este depoimento para identificarmos os pontos de estrangulamento do órgão e, conseqüentemente, destravarmos o desenvolvimento do Estado”.