Conforme a idade aumenta, a percepção de chefe de família se altera: diminui entre os homens (de 90% dos 60 aos 69 anos, a 77% com 80 anos ou mais) e aumenta entre as mulheres (de 52% dos 60 aos 69 anos a 72% entre as que passaram dos 80 anos).
As fontes de renda predominantes entre os homens idosos são a aposentadoria por tempo de serviço (39%) ou por idade (28%); entre as idosas a aposentadoria por idade (28%) e pensão por morte (26%).
Mais de 1/3 (36%) dos idosos homens permanece na População Economicamente Ativa. Dos 79% de idosos que estão aposentados, 18% ainda trabalham. Outros 15% exercem atividade remunerada sem estarem aposentados e 3% se consideram desempregados. Entre as idosas, 13% estão na PEA (8% não se aposentaram e 5% das aposentadas que ainda trabalham).
A pesquisa mostra ainda que 79% dos idosos possuem casa própria e apenas 11% residem em casas alugadas. Em média, em suas casas vivem 3 pessoas – contra 4 pessoas nos domicílios em que não há idosos.
Cerca de metade deles idosa vive com ao menos um filho ou filha (54%) e com cônjuge (51%), e quase 1/3 com neto ou neta (30%). Mas há diferenças por gênero: entre os homens 71% residem com a parceira – que tende a ser quem mais lhe ajuda (58%) –, 51% com filhos e apenas 24% com netos. Entre as idosas, 57% residem com filhos – para a maioria, a pessoa que mais lhes dá atenção –, apenas 36% com o parceiro e 36% com netos.
Baixa escolaridade
A pesquisa também mostrou que 89% dos idosos não passaram da 8ª série do ensino Fundamental (18% não tiveram nenhuma educação formal) e apenas 4% chegaram ao ensino Superior, mesmo que não tenham completado.
Cerca de 49% deles são analfabetos funcionais (entre a população mais jovem esse índice é de apenas 13%). Desses, 23% disseram não saber ler e escrever, 4% afirmam só saber ler e escrever o próprio nome e 22% consideram a leitura e a escrita atividades penosas, seja por deficiência de aprendizado (14%), por problemas de saúde (7%) ou por ambos motivos (2%).
Como perceber que a velhice chegou
A população idosa aponta, em média, os 70 anos e 7 meses como o momento da chegada à velhice, contra 68 anos e 11 meses apontados pelos adultos (25 a 59 anos) e 66 anos e 3 meses apontados pelos jovens (16 a 14 anos).
A maioria da população idosa diz que as doenças são o principal indício que a idade chegou (opinião espontânea de 62% dos não idosos e de 58% dos idosos). A perda da vontade de viver (citada por 35% dos idosos e por 28% dos não idosos) e a dependência física (com 25%) são fortemente percebidas como sinais de que se ficou idoso.
Vantagens e desvantangens de ser idoso
Apesar da percepção da idade estar ligada fundamentalmente a fatores negativos (88% entre os idosos e 90% entre os mais jovens), a maioria dos idosos responde positivamente a respeito da idade que tem.
Quase metade da população, 48%, se diz satisfeita ou feliz, 29% dizem ter disposição para seus afazeres, 27% têm ânimo e vontade de viver. As referências negativas, por suas vez, foram citadas por 39% dos entrevistados e as que mais se destacam são debilidades físicas e doenças (35%).
Já as melhores coisas de ser idoso são a experiência de vida, a sabedoria (citadas espontaneamente por 21% dos idosos e por 34% dos não idosos), o tempo livre disponível para se dedicar ao que querem ou podem fazer (lembrado respectivamente por 16% e 22%), a possibilidade de contar com proteção, carinho ou compreensão familiar (13% e 15%), a independência econômica e financeira (12% e 14%) e o fato de gozarem de novos direitos sociais (lembrados por 12% nos dois segmentos), como prioridades em fila, gratuidade em ônibus e descontos em eventos culturais.
Em uma lista com 15 sentimentos sugeridos, os idosos apontaram os mais freqüentes em suas vidas. A saudade do passado e alegria (ou felicidade) foram as mais citadas, com 46% e 42% de menções, respectivamente. Em seguida, vieram calma (ou tranqüilidade), com 25%, cansaço, com 23%, companheirismo e disposiçã, com 22% cada, e tristeza e solidão, ambos 20%.
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