Os funcionários do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) e do Instituto Chico Mendes irão paralisar suas atividades por um dia, nesta quinta-feira, segundo a Asibama (Associação dos Servidores do Ibama). Entre as reivindicações dos servidores, destacam-se o reajuste salarial dos funcionários e a criação de uma comissão no governo federal para discutir planos de carreira para os funcionários.
Amanhã, os servidores do Asibama-DF realizam, a partir das 10h, uma assembléia em frente à sede do Ibama, em Brasília. De acordo com Lindalva Cavalcanti, presidente da Asibama do Distrito Federal, ainda não é possível precisar se os funcionários de todas as sucursais estaduais da entidade paralisarão suas atividades neste primeiro momento.
“Ainda não é possível confirmar quantos Estados participarão deste ato. Mas, se o governo não atender nossas reivindicações, podemos falar em uma adesão nacional”, disse.
Em 2007, o Ibama realizou uma greve de mais de dois meses contra a MP (medida provisória) 366, que dividiu o Ibama e criou o Instituto Chico Mendes. Com a divisão, o Chico Mendes ficou responsável pelas unidades de conservação da natureza e por programas de pesquisa da biodiversidade, enquanto o Ibama ficou responsável pela concessão das licenças ambientais.
Segundo Lindalva, a divisão do instituto também voltará a ser questionada em assembléia pelos funcionários. “Até hoje o Instituto Chico Mendes não mostrou a que veio”, afirmou.
A greve do ano passado chegou a ser criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e criou mal-estar no Ministério do Meio Ambiente, dirigido à época pela ex-ministra Marina Silva, atual senadora pelo PT do Acre.
Na próxima segunda-feira (25), os servidores deverão realizar uma nova assembléia para avaliar os impactos da paralisação de um dia de trabalho. De acordo com Lindalva, nesta data, será estabelecido um calendário nacional de paralisações. A idéia é que aconteçam paralisações semanais –podendo chegar a até dois dias por semana — até o governo ceder às negociações.
No início do mês, a Câmara concluiu a votação da medida provisória que reajusta os salários de 1,4 milhão de servidores da administração pública federal, entre civis, militares, aposentados e pensionistas. No total, servidores de 17 carreiras vão ser beneficiados com o reajuste se a MP for aprovada pelo plenário do Senado –para onde segue após a análise dos deputados. Os aumentos serão progressivos, com reajustes anuais até 2010 ou 2011, de acordo com cada setor beneficiado com a medida.
A reportagem não conseguiu contato com o governo federal para comentar a paralisação do Ibama.
F.Online