O serviço secreto da Alemanha afirmou que não está envolvido, direta ou indiretamente, com o seqüestro do alemão de origem libanesa Khaled Al-Masri por agentes americanos.
O ex-presidente do serviço secreto (BND), August Hanning, e seu sucessor, Ernst Uhrlau, afirmaram hoje à comissão parlamentar que investiga o caso dos vôos e seqüestros da CIA na Europa não saber nada do seqüestro e muito menos ter colaborado com ele.
Tanto Hanning como Uhrlau consideram “inconcebível” pensar que o BND tenha permitido conscientemente o seqüestro de um cidadão sem fazer nada para impedi-lo. “Teríamos feito tudo para impedi-lo”, declarou Hanning.
Uhrlau, que quando aconteceu o episódio era coordenador do serviço secreto na Chancelaria, disse que tanto a Chancelaria como os serviços secretos só souberam do seqüestro após a libertação de Al-Masri em maio de 2004.
Al-Masri foi supostamente seqüestrado na Macedônia em dezembro de 2003 e depois ficou preso em uma prisão no Afeganistão.
Os dois criticaram em seu comparecimento à comissão os métodos usados pelos EUA contra supostos suspeitos na luta antiterrorista iniciada após os atentados 11 de Setembro de 2001.
Uhrlau negou com veemência que agentes alemães tenham participado dos interrogatórios no Afeganistão e afirmou que o indivíduo chamado “Sam”, que Al-Masri afirmou que falava perfeitamente alemão, sob nenhum conceito era membro do serviço secreto da Alemanha.
Hanning criticou a atuação de um colaborador do BND na Macedônia, que disse ter se inteirado por acaso e superficialmente do seqüestro, no início de 2004 em uma cantina em Skopje.
