quinta-feira, 21/11/2024
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Sérgio Ricardo diz que mais de 2,4 bilhões não tem saneamento básico

ÁGUA DO RIO CUIABÁ Dados da Organização das Nações Unidas revelam que, atualmente, 1,4 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável e mais, algo em torno de 2,4 bilhões não dispõem de saneamento básico.

“Estes números ilustram a seriedade dos problemas que o mundo deve enfrentar em relação aos recursos hídricos e a importância do rio Cuiabá dentro deste contexto de escassez de água. O problema mais importante do século XXI com certeza não será a exploração do petróleo, mas sim, a qualidade e a gestão da água,” disse o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR) ao anunciar o resultado da avaliação feita sobre a péssima qualidade da água do rio Cuiabá e seus afluentes na área urbana.

No último dia 30, o parlamentar percorreu a extensão do Rio Cuiabá, acompanhado de uma equipe técnica, que na ocasião fez coleta de água em cinco pontos diferentes do rio: Córrego do Barbado, montante da Ponte Sérgio Motta, Córrego do Gambá, estação de captação de água em Várzea Grande e no Porto.

Os resultados são alarmantes todos os pontos ultrapassaram os índices permitidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) de 1.000 coliformes por 100 ml de água, chegando até a marca de 20 mil coliformes totais (os que incluem as bactérias), na mesma proporção de água, como é o caso do Córrego do Barbado.

“As análises que fizemos durante nossa primeira expedição mostram índices de coliformes totais – ou seja, de bactérias que estão presentes principalmente em fezes humanas e de animais – de praticamente 2000% a mais do que o permitido. Situação esta que tem colocado em risco o uso da água para consumo e lazer, além de aumentar a possibilidade de contaminação”, explicou Sérgio Ricardo.

Em Mato Grosso a água é classificada como Classe 2 e dentro desse enquadramento pode servir para: consumo humano (depois de tratamento convencional), proteção das comunidades aquáticas, natação e mergulho, irrigação de hortaliças e jardins – com os quais o público possa ter contato direto – e à atividade pesqueira.

“Depois de todos os índices que foram constatados na análise, a avaliação que fazemos é que não há a mínima condição de utilizar a água do rio Cuiabá, em nenhum dos destinos previstos pelo Conama”, concluiu a bióloga responsável pelo parecer técnico da análise, Daniela Maiomini de Figueiredo.

Na concepção do deputado ambientalista, Sérgio Ricardo (PR), devido à falta de saneamento básico nas grandes cidades (só metade dos municípios brasileiros tem rede de esgoto e menos de 20% do esgoto coletado é tratado), o Meio Ambiente acaba sofrendo as conseqüências do verdadeiro desenvolvimento desordenado.

“A poluição das águas representa um fator de risco à população que fica sujeita às doenças de veiculação hídrica como, cólera, diarréia, febre tifóide, hepatite entre outras”, disse o deputado, e acrescentou “no Rio Cuiabá, por exemplo, não é mais possível tomar banho, beber água e o consumo de peixes já está comprometido por possuírem grande concentração de bactérias”, lamentou. Os resultados das pesquisas confirmam, pois, dois de cada cinco municípios brasileiros as águas já estão poluídas. E em 75% dos casos, o principal motivo da contaminação é o esgoto doméstico.

ESTATÍSTICAS – Estima-se que 9,5 milhões de m3 de esgoto bruto, sem tratamento, sejam lançados diariamente nos rios e no mar de todo o país, “é como se a cada ano uma Baía de Guanabara repleta de puro esgoto fosse despejada nos rios do país”, comparou Sérgio Ricardo, que esteve em Brasília, na última segunda-feira (16) – acompanhado do governador Blairo Maggi – em audiência com a ministra da Casa Civil e coordenadora do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), Dilma Roussef, e o ministro das Cidades, Márcio Fortes de Almeida.

As autoridades mato-grossenses conseguiram garantir recursos na ordem de R$ 280 milhões para saneamento básico em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis. “São recursos fundamentais para o desenvolvimento e crescimento sustentável dessas cidades que representam o principal eixo sócio-econômico de Mato Grosso”, expôs Sérgio Ricardo.

Alana Casanova

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Parmenas Alt
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