O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a redução dos custos dos investimentos e de capital no país, por meio de cortes nos juros, tende a canalizar recursos não mais para financiar a dívida pública, mas sim para a atividade produtiva.
"Há uma tendência natural de que a poupança, a disponibilidade de ativos, seja canalizada não mais para financiar a dívida pública, que vem diminuindo, mas para financiar a atividade produtiva", avaliou, durante discurso em evento com empresários em São Paulo na noite da quinta-feira (23). "Portanto, daqui para a frente, vai ser difícil ganhar dinheiro sem assumir riscos", completou.
As afirmações tiveram como pano de fundo citações sobre os cortes recentes da taxa básica de juros, a Selic –atualmente na mínima recorde de 8% ao ano– e da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que ajuda a diminuir os custos de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com isso, o ministro destacou a renda fixa e os títulos do Tesouro como aplicações de retorno mais baixo, embora mais "garantidos". Mas afirmou que, se o objetivo for ter um rendimento maior, "você tem que migrar para outros ativos, aplicar no mercado de capitais, na Bolsa, nas debêntures, novos títulos".
"Um novo mercado corporativo vai emergir no Brasil a partir dessa mudança", acrescentou.
Quanto ao crescimento da economia, Mantega reafirmou que está sendo configurado um avanço que fará com que o ano termine com expansão em torno de 4%, destacando ainda a entrada no país de US$ 8,421 bilhões líquidos em investimento estrangeiro direto em julho, segundo dados do Banco Central.
O valor de investimentos produtivos no mês passado foi recorde para o mês e superou as expectativas do BC. "O fato é que a confiança está voltando, e não só a confiança dos brasileiros, consumidores e empresas, mas também dos investidores estrangeiros. (…) O interesse pelo Brasil é muito grande", afirmou Mantega.
(Com informações da Reuters)
