O candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin, comentou o seqüestro do repórter da TV Globo durante uma caminhada pelo bairro do Ipiranga, zona central da capital paulista. Alckmin ligou o episódio ocorrido no último sábado à disputa eleitoral. “Eu vejo nesse episódio e nos últimos que vêm acontecendo um terrorismo político-eleitoral. Não tem a menor lógica você seqüestrar pessoas para colocar fita na televisão”, afirmou o presidenciável.
Ele chegou a associar o cenário político brasileiro ao colombiano, onde atua o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). “Isso aí lembra as Farcs colombianas. Lá, a política migrou para o crime. Aqui, o crime está migrando para a política”, afirmou.
Por sua vez, o comando estadual do PT se manifestou contrariamente a qualquer tentativa de vincular ações criminosas com ideários políticos. Segundo a assessoria petista, tal comparação poderia ser classificada como “prática de dissimulação”. O partido, no entanto, prefere não ampliar a discussão do assunto sem um prévio estudo da situação.
Após o seqüestro da equipe de reportagem, a TV Globo foi levada a divulgar um DVD com imagens supostamente produzidas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que lidera os atos violentos em São Paulo. Na fita, uma pessoa mascarada, supostamente vinculada ao PCC, criticava o sistema carcerário, em especial o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), que mantém os detidos em isolamento.
O líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, está preso sob esse regime em Presidente Bernardes, interior de SP.
