senador Luiz Carlos do Carmo, do MDB, afirma que está trabalhando em Brasília para ajudar o governo de Goiás a sair da crise. “A União, do ponto de vista institucional, sugere que não tem como resolver o problema financeiro de Goiás e dos demais Estados. Não é porque não quer, e sim porque não há um caminho definido, quer dizer, aprovado em Lei. O Plano Mansueto ainda está no papel. Mas nós, políticos de vários Estados, não estamos parados. Na terça-feira, 20, todos os senadores do Centro-Oeste e do Norte — são muitos — vão participar de um almoço, na casa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), para encontrar um denominador comum e estabelecer uma luta conjunta.
“Nós vamos discutir, por exemplo, a Lei Kandir. Afinal, vão devolver aos Estados o dinheiro da Lei Kandir? Nosso projeto — ou quase projeto — é o seguinte: a União precisa repassar de 1,5 bilhão a 2 bilhões de reais para os Estados. Com tal volume de recursos financeiros, os Estados podem organizar ao menos parte de suas contas”, afirma Luiz Carlos do Carmo. “A bancada que irá à casa de Alcolumbre não é pequena, não. É o que se pode chamar de bancadona.”
Luiz Carlos do Carmo afirma que o Brasil precisa mesmo repensar o pacto federativo. “A discussão da Reforma Tributária não pode circunscrever-se à questão dos impostos em si. Será preciso repactuar a divisão do bolo tributário entre União, Estados e municípios. Hoje, pela distorção da concentração dos recursos, a União fica com quase tudo e os Estados e municípios ficam com as migalhas. O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, recentemente, que Estados e municípios podem aplicar de maneira mais adequada os recursos públicos.”
O senador sublinha que tanto Jair Bolsonaro quanto Paulo Guedes, o Posto Ipiranga do governo, sabem que, sem a recuperação financeira dos Estados, a economia do país não volta a crescer. “A salvação do Brasil são os Estados e municípios. A salvação do Brasil não é o governo federal — que só recolhe recursos financeiros e gasta, sem produzir”, afirma Luiz Carlos do Carmo.