O presidente da Comissão Externa de “Risco Ambiental” do Senado, Jaime Campos (DEM), sugeriu hoje (14), em Alta Floresta (850 km de Cuiabá), que o Ministério da Justiça acabe com a Operação Arco de Fogo nas cidades que integram a Amazônia Legal, em Mato Grosso. A proposta gerou expectativa, durante a realização da audiência pública na sede do Centro de Tradições Gaúchas (CTG), ocorrida nesta quinta-feira.
Juntos, senadores, deputados estaduais e prefeitos discutiram o Decreto 6.321, do governo federal, que inseriu 19 municípios mato-grossenses na lista dos que mais desmataram nos últimos tempos. “Temos que fazer alguma coisa por essas regiões e o caminho a princípio deve ser esse”, afirmou Jaime, que reiterou a proposta às lideranças políticas e empresariais do município. “Não é possível fazer uma relação prejudicando toda uma população”, disse o senador.
Jaime Campos criticou os gastos do governo federal com as ações da Polícia Federal, na Operação Arco de Fogo para a ocupação de áreas apontadas como degradas pelo Inpe. Até agora, a PF gastou R$ 180 milhões com a operação nos estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará. “A quantia que se gasta com essa operação daria para investir em projetos sociais e econômicos nos municípios listados pelo Inpe”, afirmou Jaime.
Segundo o presidente da AL, deputado Sérgio Ricardo, o papel do Congresso Nacional é de defender os interesses dos municípios que estão sendo taxados como criminosos.
O senador Expedito Júnior, de Rondônia, explicou que o foco do desmatamento está nos assentamentos. “Não podemos admitir essa atitude com os madeireiros que aquecem uma grande fatia dos nossos recursos financeiros. Não podemos admitir que os madeireiros sejam tratados como bandidos”, disse Expedito.
O senador Gilberto Goelner (Dem) sugeriu transferir os policiais federais para combater a criminalidade no Rio de Janeiro. O relator da comissão, senador Flexa Ribeiro, lembrou que a própria população da região tem sido a maior interessada em manter a floresta em pé. Ele atacou as ONG’s internacionais que acusam o Brasil de não querer discutir as questões ambientais. “Temos que discutir a Amazônia em Mato Grosso, no Brasil”, disse.
Para ele, o grande responsável da devastação da Amazônia é o próprio governo brasileiro que incentiva a invasão dessas áreas. “E o governo erra de novo gastando quantias absurdas contra quem realmente faz o desenvolvimento do país”, avaliou o senador.
AL