Jaime Campos ocupou a tribuna do Senado, para propor a criação de uma Comissão Especial de senadores para verificar ‘in loco’ o risco ambiental em que vivem 31 municípios amazônicos, incluídos no mapa de desmatamento do Inpe e impedidos de praticar derrubadas por um decreto federal.
“Precisamos salvaguardar nosso bioma, sem, contudo, condenar essa região ao isolamento político, à degradação moral e à asfixia econômica”, indignou-se o parlamentar, que vê no aperfeiçoamento técnico dos meios de fiscalização uma saída para conter o desmate.
Costumeiramente moderado em seus pronunciamentos no Senado, Jaime Campos elevou o tom do discurso ao criticar a edição de um decreto que proíbe concessão de autorização para desmate em 19 municípios mato-grossenses. “Este tema é por demais importante para ser tratado de forma intempestiva e radical”, advertiu.
O senador também lembrou que a agência do Ibama de Alta Floresta, atualmente responsável pela fiscalização de uma área equivalente aos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, conta com apenas três funcionários e sem nenhum veículo de apoio para as operações.
“Não se alteram hábitos, conceitos e cultura por decreto. O Brasil fará uma revolução no momento em que oferecer à região amazônica soluções dignas e sustentáveis para a sua soberania política e sua sobrevivência econômica”, alertou o parlamentar.
O senador democrata foi mais enfático ao rechaçar a adoção de um decreto contra as derrubadas ao ponderar:
– Diminuiremos o desmatamento com investimentos em tecnologia, em pessoal especializado, em educação e, sobretudo, com um plano de manejo que oferte novas alternativas econômicas para os proprietários de terra e para os homens fixados na região.