Os nomes do senador Wellington Fagundes (PR) e do o ex-ministro da Agricultura e atual secretário nacional de Políticas Agrícolas, Neri Geller (PP), aparecem em uma planilha apreendida pela Polícia Federal na sede da empresa JBS, em São Paulo, como donos de uma conta-corrente aberta especialmente para abastecer políticos e partidos com propina.
A planilha, que foi divulgada na edição desta segunda-feira (23) da revista Época, detalha ainda os nomes Temer, supostamente referindo-se ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), e outros 63 políticos.
O nome de Geller aparece na frente do de Wellington, com valor de ‘crédito’ de R$ 300 mil e um saldo de R$ 395 mil.
Neste caso, o documento sugere que Neri teria recebido o dinheiro, em setembro de 2014, em plena campanha eleitoral ao Senado, e repassado ao republicano.
“Chama a atenção o nível de detalhamento da planilha, encontrada pela Polícia Federal, dentro de uma pasta no gabinete de Wesley Batista – um dos proprietários da empresa – no dia 11 de maio de 2017. A apreensão foi feita no âmbito da Operação Maquinários, coordenada pela Superintendência Regional da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul. Época teve acesso à íntegra do documento sigiloso”, destaca trecho da reportagem assinada pelo jornalista Patrik Camporez.
A publicação lembra ainda que essas transações “já tinham vindo à tona, por meio de delações premiadas de executivos da JBS, e outra parte permanecia oculta até então”. As planilhas também correspondem às mesmas informações delatadas pelo lobista Ricardo Saud.
No caso de Temer, a planilha registra que o presidente supostamente teria recebido o recurso ilícito quando a conta estava recheada com R$ 1,176 milhão – sendo que, desse valor, R$ 405 mil entraram na conta da JBS naquele mesmo dia.
Com a retirada de R$ 1 milhão, a conta ficou ainda com um saldo R$ 176 mil, sendo abastecida, três dias depois, com mais R$ 519 mil.
Repórter-MT