O senador Wellington Fagundes (PR) foi citado pelo executivo Ricardo Mesquita, da Rodrimar, em depoimento à Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga o presidente Michel Temer (PMDB). O caso repercutiu pela revista Época, que teve acesso aos autos das declarações e aponta o senador de Mato Grosso como um interlocutor do setor portuário, a que a Rodrimar faz parte.
Segundo o empresário, a Rodrimar tem um pleito junto ao governo federal pela prorrogação da concessão de exploração de áreas no Porto de Santos, onde o presidente da República possui grande influência. O interlocutor entre Mesquita e Temer seria o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o ?homem da mala? com R$ 500 mil recebidos da JBS supostamente a mando do presidente.
Em suas tentativas para conseguir a prorrogação da concessão, já com Temer na Presidência, Mesquita teria ficado sabendo que a ampliação dos prazos para contratos anteriores a 1993 estava tendo dificuldades na Casa Civil e acionou Rocha Loures ?pretendendo que ele, juntamente com outros interlocutores do setor portuário, como o senador Wellington [Fagundes], agisse para resolver o problema?.
Um dos encontros com Rocha Loures, em 24 de abril de 2017, uniu, durante as investigações da Operação Lava Jato, a delação da JBS com a da Rodrimar. Isso porque o ex-deputado federal chamou Mesquita para tomar um café, onde estava reunido com Ricardo Saud, diretor da JBS, antes do executivo da Rodrimar chegar. Loures e Saud discutiam sobre pagamento de propina.
Mesquita contou à Polícia Federal que ao chegar na cafeteria em São Paulo, Ricardo Saud os deixou a sós. A conversa dele com Loures ?limitou-se à questão que envolvia o marco regulatório do setor portuário?. Posteriormente, Loures teria sugerido à Ricardo Saud que o pagamento da propina fosse feito via Ricardo Mesquita, mas a proposta foi recusada pelo executivo da JBS.
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