quinta-feira, 07/11/2024
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Senado dos EUA rejeita debate sobre derrubada de lei contra gays no Exército

O Senado dos Estados Unidos bloqueou nesta quinta-feira a tentativa dos democratas de iniciar o debate sobre um projeto de lei para anular o veto aos gays assumidos nas Forças Armadas do país.

A política conhecida como “Don”t Ask, Don”t Tell” [“Não pergunte, não conte”, em tradução livre], em vigor há 17 anos, determina que as Forças Armadas não devem perguntar aos militares sobre sua orientação sexual, e os militares não devem divulgá-la.

O voto encerra meses de luta política e arrasta a revisão do veto para 2011 –quando os democratas perderão parte de sua margem majoritária no Senado e a maioria na Câmara dos Representantes (deputados) aos republicanos.

Com 57 votos contra 40, os democratas não obtiveram os 60 votos necessários para anular o bloqueio processual dos republicanos e avançar rumo ao fim da lei de 17 anos conhecida como “não pergunte, não conte”.

O líder da maioria na Casa, o democrata de Nevada Harry Reid, convocou o voto sabendo que não teria nenhum voto republicano –e que o fracasso era garantido.

“Apesar da importância crítica para nossas tropas, para nossa nação, e para a justiça que nós consigamos aprovar esta lei, nós não conseguimos alcançar um acordo”, disse Reid. “Eu eu sinto muito em dizer a nossas tropas que pagarão o preço pela nossa incapacidade de superar a postura bipartidária política”.

Segundo o jornal “The New York Times”, há poucos republicanos a favor da lei e eles queriam mais tempo para negociar os termos do debate, incluindo tempo e emendas. A líder deste grupo, senadora de Maine Susan Collins, foi a única a votar a favor nesta quinta-feira.

Recentemente, um estudo desenvolvido pelo Pentágono revelou que derrubar a lei que proíbe homossexuais assumidos nas Forças Armadas causaria um pouco de perturbação no início, mas não traria problemas disseminados ou de longo prazo para os EUA.

O estudo revelou que 70% dos militares acham que derrubar a lei teria efeitos mistos, positivos, ou nenhum efeito, enquanto 30% preveem consequências negativas ou demonstram preocupação. A oposição foi maior entre os militares de combate, com 40% dizendo ser uma má ideia. O número subiu para 46% entre os fuzileiros navais.

A pesquisa foi enviada para 400 mil militares, dos quais 69% disseram ter trabalhado com alguém que eles acreditam ser gay ou lésbica. Desses, 92% disseram que o trabalho em conjunto foi muito bom, bom, ou nem bom nem ruim, segundo as fontes citadas pelo jornal “The Washington Post”.

As unidades de combate deram respostas semelhantes: 89% das unidades de combate do Exército e 84% das unidades de combate dos Fuzileiros Navais disseram ter tido experiências boas ou neutras ao trabalhar com gays ou lésbicas, revela o “Post”.

LEI

A lei do “não pergunte, não conte, não persiga e não assedie” foi criada em 1993 por Bill Clinton. Ele prometera, logo após a eleição, derrubar o veto aos gays no Exército, criado durante a Segunda Guerra (1939-1945).

Sem apoio do legislativo, o projeto tornou-se um veto indireto: os militares gays e bissexuais podem servir, desde que escondam sua sexualidade. Desde então, cerca de 13 mil foram dispensados das Forças Armadas sob a lei.

Apesar de a maioria das dispensas serem resultado de militares gays se assumindo, grupos de defesa dos direitos gays dizem que isso foi usado por colegas de trabalho vingativos para fazer alarde sobre soldados que nunca fizeram de sua sexualidade um problema.

Mudar a lei foi uma das promessas de Barack Obama em sua campanha presidencial em 2008.

No mundo todo, 29 países –incluindo Israel, Canadá, Alemanha e Suécia– aceitam soldados assumidamente gays, segundo a Log Cabin Republicans, um grupo defensor dos direitos gays.

F.Com

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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