quinta-feira, 21/11/2024
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Seminário propõe criação de políticas para população de rua em Cuiabá

O I Seminário Pop Rua: Políticas, Cenários e Perspectivas, realizado  em Cuiabá, reuniu diversos segmentos sociais, entre gestores públicos, profissionais da saúde, pesquisadores e representantes de movimentos organizados da população de rua no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso.

O evento, que também contou com a participação de moradores de albergues públicos da capital intervindo durante as palestras e discussões das mesas, foi uma iniciativa do Fórum População em Situação de Rua, entidade criada em junho deste ano composta por servidores do Executivo estadual e representantes dos Conselhos de Direitos em Mato Grosso. 
Segundo dados do Instituo de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), atualmente cerca de 100 mil brasileiros moram nas ruas. Para a Defensora Pública Rosana Esteves Monteiro, a realização do seminário demonstra a carência de informações sobre o atendimento necessário a esta parcela da população.

“Esta foi a primeira oportunidade que tivemos de discutir abertamente com toda a sociedade civil essa questão social tão importante. Recebemos profissionais de várias cidades do interior, como Sorriso, Lucas do Rio Verde e Primavera do Leste que demonstram interesse em aprender sobre a implementação das políticas públicas já existentes no país voltadas ao tema”, disse.

“Além disso, a presença do Carlos Ricardo, coordenador-geral dos direitos da população em situação de rua do Ministério dos Direitos Humanos, e do Leonildo José Monteiro Filho, que representa o Movimento Nacional, que palestram aos ouvintes, permitiu o fomento da criação destas políticas, provocando os governos estaduais e municipais à aderirem à Política Nacional e também proporcionam o engajamento político da população de rua”, continuou. 
Para Carlos Ricardo, Mato Grosso está em um processo ainda inicial da discussão.

“Eu trouxe um histórico da política nacional para população em situação de rua, avaliando sua situação atual. Consideramos que após sete anos e meio, apesar de obtermos alguns avanços nas etapas-meio, poucas pessoas saíram efetivamente das ruas com acesso à direitos e dignidade. O modelo atual usado no Brasil está ultrapassado porque não alcança este resultado. Por isso, a discussão dentro do seminário é um passo importante, considerando a atuação do Poder Público em conjunto com a sociedade organizada objetivando mais do que o diálogo, ouvir estas pessoas”, avaliou.

Já Leonildo José Monteiro Filho, coordenador do Movimento Nacional de População em Situação de Rua, explicou como surgiu o convite para participar do evento.

“A Drª Rosana conheceu o trabalho desenvolvido pelo Movimento no Rio de Janeiro, durante o I Seminário Nacional de Defensoria Pública e População de Rua, e discutimos sobre a criação de uma base em Cuiabá. Sabemos que o cenário político-social do Brasil tem sido pautado por ume tendência higienista, que não se preocupa em conhecer estas pessoas, ou ainda construir uma política intersetorial calcada em lazer, cultura, esportes, educação e moradia, por exemplo, o que os leva em não acreditarem mais em uma melhoria de vida”, contou.

Compuseram as mesas de debates Letícia Silva do Prado, coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH) da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) de Mato Grosso, Marlene Anchieta Vieira, secretária-adjunta municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humando (Smasdh) de Cuiabá, Delma Perpétua de Oliveira Souza e Luiz Augusto dos Passos, pesquisadores da UFMT, Maysa Souza Persona, superintendente de gestão, programas e serviços socioassistenciais, Andreia Maria da Cruz Oliveira Amorim, presidente do Conselho Regional de Serviço Social, Maria Aparecida Milhomem, do Fórum Permanente Intersetorial de Saúde Mental de Cuiabá, Vera Lúcia F. da Silva, coordenadora do Consultório de Rua de Cuiabá, Larissa Raquel Pina Maulin, diretora da Atenção Básica da secretaria de Saúde de Cuiabá, Maraisa Cristina Becker, da Gerência de Articulação da Política sobre Drogas (Gapod) e Adriana de Oliveira Rangel, professora da UFMT representando o Psicanálise na Rua.

Paulo Radamés

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