Agenda de decisões de política monetária no Brasil, EUA e Japão pode mudar panorama dos investimentos nos próximos dias
Os investidores devem acompanhar com atenção a nova leva de resultados corporativos e a superquarta dos juros com reuniões do Banco Central do Brasil, do FED (Federal Reserve) e BoJ (Banco do Japão).
No cenário corporativo, a Petrobras abre a semana com relatório de produção na noite desta segunda-feira, 29. O cronograma de divulgação de balanços do segundo trimestre continua com CCR, Telefônica e Tim após o fechamento. Na terça-feira, 30, 3R Petroleum e Klabin destacam a performance das commodities.
Na política monetária, expectativa para uma sinalização do FED (Federal Reserve) sobre um possível início do ciclo de cortes por lá. A precificação de mercado da como certa uma redução na taxa básica de juros americana em setembro, mas aguarda pelo comunicado da autoridade monetária por uma confirmação na quarta-feira, 31.
No Brasil, no mesmo dia, o Copom (Comitê de Política Monetária do Brasil) do Banco Central se reúne para discutir o patamar da Selic, atualmente em 10,50%. Na pauta do colegiado, os riscos do dólar alta e do desequilíbrio das constas públicas para a inflação, após o IPCA-15 mais forte que o esperado em julho.
Os investidores locais esperam a manutenção da taxa básica de juros na reunião desta semana, mas o estresse recente fez com que a precificação futura aponte para altas na Selic a partir de setembro. O desafio do Comitê é sair da reunião com um comunicado com um tom duro o bastante para mostrar comprometimento do colegiado com o combate à inflação, mas sem extrapolar para a certeza de aumentos na taxa nos próximos encontros.
Do outro lado do mundo, a decisão do BoJ também preocupa o mercado local pela perspectiva de início do período de restrição monetária no Japão, o que pode continuar a valorizar o iene e depreciar o real.
Isso porque para algumas operações de carry trade, os investidores globais pegam dinheiro no oriente, em função dos juros negativos, e investem em países como o Brasil e o México, onde os juros são altos. A valorização da moeda japonesa, porém, faz com que essas operações seja desmontadas aumentando a compra de dólares por aqui e pressionando o valor do real.
Fonte:OAntagonista