Sem a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o Congresso Nacional iniciou a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). A sessão está sendo conduzida pelo primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Nárcio Rodrigues (PSDB-MG), que é o vice-presidente do Congresso.
Renan foi convencido a mudar de idéia depois de uma longa conversa com o presidente do PMDB, Michel Temer (SP), e o líder do governo na Câmara, José Múcio (PTB-PE). A Folha Online apurou que o Palácio do Planalto interveio para evitar que presidisse a sessão. O governo temia que a ameaça de obstrução dos partidos de oposição impedisse a aprovação da LDO nesta semana.
Com o recuo de Renan, a oposição desistiu de obstruir a votação. “Nós vamos para a votação. Eu não vejo maior dificuldade de votar a LDO. Vamos apenas discutir questões de ajuste que serão resolvidas no plenário”, disse o líder do DEM na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS).
Renan é acusado de ter utilizado recursos da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso –com quem tem uma filha fora do casamento.
O Congresso só pode dar início ao recesso parlamentar –de 18 de julho a 1º de agosto– se a LDO for votada em sessão conjunta da Câmara e do Senado. A lei é importante para o governo porque estabelece diretrizes para a elaboração da proposta orçamentária de 2008.
Ação do Planalto
Depois de anunciar que não presidiria a sessão, mesmo contrariado com a pressão, Renan foi conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
Renan reclamou a interlocutores que as informações indicando que o Palácio teria sugerido a sua desistência em comandar a sessão contribuíram para enfraquecê-lo politicamente. A Folha Online apurou que, nos últimos dias, o peemedebista percebeu que está perdendo apoio de seus principais aliados.
FO