produção de grãos e oleaginosas pelo Brasil na safra 2017/18 poderá cair até 6% na comparação com a temporada 2016/17, quando o clima considerado praticamente "perfeito" permitiu uma colheita recorde.
Em seu primeiro levantamento sobre o ciclo 2017/18, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou uma produção entre 224,17 milhões e 228,20 milhões de toneladas, recuo de 6% a 4,3% ante as 238,50 milhões de toneladas de 2016/17.
"Condições climáticas altamente favoráveis contribuíram para a safra passada alcançar recorde histórico. Tais condições dificilmente se repetirão, por isso a expectativa de redução produtiva", destacou a Conab.
Em entrevista a jornalistas após a divulgação dos números, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, reconheceu que o clima já não se mostra favorável na atual fase de plantio.
"Estamos com alguns problemas principalmente no Centro-Oeste, onde as chuvas atrasaram de forma bastante significativa", comentou.
Até a semana passada, por exemplo, a semeadura de soja em Mato Grosso, maior produtor nacional da oleaginosa, estava 10 pontos percentuais abaixo do registrado um ano antes, refletindo a seca em setembro, segundo o monitoramento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Dessa forma, Conab estima uma queda de produtividade média de 4% para as culturas de verão e de inverno, reduzindo o potencial de produção que a área plantada poderia trazer.
Segundo a companhia, a semeadura de grãos e oleaginosas tende a se manter estável, em 60,88 milhões de hectares, ou a aumentar em 1,8%, para 62 milhões de hectares, graças ao maior plantio de algodão e, sobretudo, de soja.
"A produtividade deve sofrer redução para praticamente todas as culturas", disse a Conab.
Soja e milho
A Conab disse que soja e milho continuarão como as principais culturas do país, respondendo por cerca de 89% do total a ser produzido no país em 2017/18.
A expectativa é de que a produção de soja alcance entre 106 milhões e 108 milhões de toneladas, queda de 7,1% ou de 5,1% em relação a 2016/17, quando o Brasil colheu um recorde de 114,07 milhões de toneladas.
A área plantada com a oleaginosa deve alcançar um novo recorde e deve variar de 34,46 milhões a 35,20 milhões de hectares, avanço de 1,6 ou de 3,8% sobre 2016/17.
Quanto ao milho, a Conab prevê uma produção total (primeira e segunda safras) de 92,2 milhões a 93,60 milhões de toneladas, queda de 5,7 ou 4,3% ante 2016/17.
No caso do milho primeira safra, colhido no verão, o intervalo de produção considerado pela Conab vai de 25 milhões a 26,4 milhões de toneladas, frente a 30,5 milhões no ciclo anterior.
Já o chamado milho "safrinha" tende a alcançar 67,2 milhões de toneladas, praticamente estável na comparação anual.
A área total com milho deve oscilar de 17 milhões a 17,25 milhões de hectares, recuo de 3,1% a 1,9%.
Segundo a Conab, a semeadura de milho "verão" deve cair entre 10,1 e 6,1%, atingindo de 4,93 milhões a 5,14 milhões de hectares, ao passo que o plantio de "safrinha" permaneceu em torno de 12,1 milhões de hectares.
G1