PT certamente perderá espaços no governo petista
Sob o aperto do Centrão, o Presidente Lula (PT) aprovou a negociação de cargos de alto escalão para o PP e Republicanos, bem como posições em entidades como a Caixa Econômica Federal e a Funasa (Fundação Nacional de Saúde). A estratégia de Lula é negociar esses cargos em blocos com os parlamentares para favorecer agrupamentos políticos e não apenas partidos individuais. Há um consenso entre membros do governo e do Centrão de que a negociação ampla de cargos será mais benéfica para a formação da base parlamentar de Lula do que mudanças isoladas no ministério.
No momento, a única certeza entre os aliados próximos ao presidente é que os deputados do PP e Republicanos solicitaram, e o presidente está disposto a conceder, dois ministérios. No entanto, as posições que serão oferecidas ainda não foram decididas. Caso Lula prolongue as negociações, isso poderá descontentar uma parte do Centrão. Aliados parlamentares do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), esperavam que as mudanças ministeriais começassem a acontecer nesta e na próxima semana, quando os principais líderes do bloco parlamentar devem retornar a Brasília.
Enquanto o governo está sofrendo pressão do Centrão, os aliados de Lula e a primeira-dama, Rosângela da Silva, têm defendido a preservação do Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa Bolsa Família. O presidente tem resistido a conceder o controle do ministério, que é considerado o principal destaque social do PT, apesar da avaliação negativa do desempenho de Wellington Dias (PT) como ministro. No entanto, é percebido entre os governistas que haverá a necessidade de cortar posições do próprio PT, e aliados de Lula não descartam que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) possa ser transferido do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.