O II Ato contra a corrupção e violência de Cuiabá acontecerá a partir das 17h desta quinta-feira (20) com a concentração na Praça Alencastro, e terá entre as bandeiras um basta aos desvios de verba pública e os gastos de verba da saúde e educação com as ações e obras do mundial da Copa do mundo de 2014.
Sob o slogan “Se não tem saúde e educação, tem corrupção!”, a manifestação é inteiramente organizada pelas redes sociais. Até às 11h do dia 19, estão confirmadas 31 mil para a passeata no evento promovido pelo facebook.
“Está claro que os aditivos das obras da Copa são apenas para desvio de verba, não somos contra a copa, mas a farra das obras milionárias, e o abandono da educação e da saúde no Estado fez a população criar repulsa ao evento”, reiterou Murilo Alberto, ativista que participa da organização do protesto.
Uma análise sobre a construção da Arena Pantanal, apenas uma das 23 obras que estão sendo realizadas em Cuiabá, mostra que o estádio estava orçado em R$ 342 milhões, e após termos e aditivos passou a custar R$ 519 milhões. A diferença de R$ 177 milhões daria para construir cerca de 252 escolas a R$ 700 mil cada uma.
A violência presente em outros atos que, até agora, ocorreram em pelo menos 16 capitais, motivou os manifestantes de Cuiabá a incluírem o repúdio à violência policial como bandeira.
Além disso, uma violenta repressão a uma manifestação feita no dia 05 de março deste ano por estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso – que terminou em 12 estudantes baleados, e 6 detenções – fez com que a população repudiasse qualquer tipo de ação policial em manifestações, e declarar o caráter pacífico do ato.
“O movimento é acima de tudo apartidário e democrático, todas as decisões são tomadas dentro do evento do facebook. Estamos de olho em partidos tentando se apropriar da visibilidade, mas este é um movimento do povo para o povo, teremos milhares de pessoas nas ruas e isso não vai acontecer”, disse um dos organizadores do evento, Renato Snowaresck.
O I Ato contra a corrupção e violência aconteceu no último domingo (16), 8 h, quando cerca de 600 manifestantes se reuniram para marchar junto com a “Caminhada pró Copa”, organizada pelo governo do Estado.
“O próprio evento do governo do Estado foi um desperdício de dinheiro público. Brindes, camisetas, fogos de artifício. Enquanto quem precisa de um médico vai ao hospital e não encontra atendimento. Isso é uma vergonha“, afirmou Caiubi Khun, presidente da Associação de Pós Graduandos de Mato Grosso, que também apoia o manifesto.
A concentração está marcada na Praça Alencastro, e a marcha deverá passar pela Avenida Getúlio Vargas e em seguida, descer a Isaac Póvoas.
