Os reflexos das aglomerações são os que a gente mais consegue identificar e medir
Com o número de casos de Covid-19 em crescimento, tem aumentado também a procura da população por atendimento na rede pública e privada de saúde, o que tem superlotado algumas unidades. De acordo com a secretária municipal de Saúde, Ozenira Félix, isso é reflexo do comportamento de parte da sociedade, que optou por participar de festas no final do ano e também viajar neste período de férias.
“Os reflexos das aglomerações são os que a gente mais consegue identificar e medir. É batata! Você viu acontecendo, em seguida o nosso pessoal faz as projeções e acontece. A população precisa entender que nesse momento agora nós precisamos que as pessoas saiam apenas para aquilo que é necessário. Só o necessário, não podemos mais ter essa questão de festa, essa questão de ‘vou ali’ para aquilo que você não precisa. Você precisa trabalhar, vai sem aglomeração. Se a gente não tiver essa consciência, nós vamos perder muito mais pessoas, tanto que agora tivemos de novo uma subida de mortes”, afirmou.
Após quase um ano da chegada da pandemia de Covid-19 em Cuiabá, com uma série de ações tomadas pela Prefeitura para preparar a rede de saúde, informar a população e reduzir a circulação de pessoas, através de decretos com restrições de funcionamento dos estabelecimentos, a secretária afirma que, agora, a responsabilidade maior é de cada indivíduo em tomar os cuidados necessários e se preocupar com as pessoas com quem convive para evitar o contágio.
“Nós chegamos à conclusão que não adianta ficar editando tantos decretos, mandando todo mundo ficar em casa e o pessoal continuar tentando burlar isso. As pessoas têm que entender que a responsabilidade não é só do poder público, é de cada pessoa. Cada pessoa tem que saber a sua responsabilidade. No início, o prefeito Emanuel Pinheiro editou decretos, criou todas aquelas exceções porque a gente precisava organizar a rede. Hoje, a gente tem a rede organizada, temos leitos, estamos nos preparando para a vacina, mas, neste momento, a responsabilidade tem que ser da população”, aponta Ozenira.
Conforme a gestora da Saúde municipal, as unidades de saúde já estão com a capacidade de atendimento prejudicada em sua integralidade porque muitos procedimentos eletivos foram suspensos durante a pandemia, mesmo assim, diversas patologias e agravos continuam ocorrendo e gerando demandas urgentes. “Nós temos que cuidar das outras patologias também. Nós temos gente sofrendo, gente precisando de cirurgia, de acompanhamento, mas nós temos os profissionais todos correndo atrás de Covid”, explica.
Ozenira Félix complementa ainda que a situação dos leitos no interior já está saturada, fazendo com que Cuiabá receba pacientes oriundos de outros municípios e até mesmo de outros estados em suas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s), policlínicas e hospitais. Diante disso, ela pede que os usuários do SUS que tenham sintomas leves procurem as unidades básicas de saúde mais próximas de suas casas para evitar aglomeração nas unidades de atenção secundária, evitando contágio (pois esses locais são mais propícios à contaminação) e contribuindo com o fluxo mais assertivo da rede, com menos tempo de espera. A secretária explica que essa disciplina é necessária porque “não é possível funcionar com superlotação” e que, caso a população não faça sua parte, “logo nosso sistema estará saturado também”, alerta.