O período de estiagem ainda se arrasta em Mato Grosso. Na última sexta-feira, por exemplo, equipes do Corpo de Bombeiros e brigadistas se mobilizaram no sentido de combater o incêndio que atingiu as proximidades do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até o final de agosto foram registrados 1.680 focos de calor, números que superam o levantamento realizado em 2011, período em que os satélites de georreferência registraram 823 focos no Estado, no mesmo período.
Preocupado com essa realidade, fato que compromete não só o meio ambiente, mas a saúde da população, o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual Mauro Savi (PR), apresentou um Projeto de Lei que instituiu a “Semana de Treinamento para Prevenção e Combate Contra Incêndios”, no âmbito da Rede Estadual de Ensino, a ser realizada anualmente no final do me de junho. A proposta estabelece ainda que, palestras, campanhas, folders e outras ações sejam realizadas por meio da Secretaria de Estado de Educação e do Corpo de Bombeiros Militar.
Savi explica que, qualquer ação ou atividade para coibir, na melhor das hipóteses, ou reduzir o número de queimadas é de suma importância, por isso, nenhuma ação deve ser desprezada. “Já estamos na metade do mês de setembro e os focos de calor se alastram de forma assustadora em Mato Grosso. A situação é considerada crítica pelo Corpo de Bombeiros e ainda deve se estender até outubro. O que nos preocupa é que este hábito tão rotineiro tem causado impactos negativos ao meio ambiente e principalmente a saúde das pessoas”, pontuou o parlamentar.
O deputado foi enfático ao afirmar que muitas pessoas ainda consideram o fogo como uma solução rápida para a limpeza de pastos, restos de cultura, quintais e até mesmo lixo. “Infelizmente, por falta de informação, as queimadas ainda estão presentes de forma significativa na nossa vida”, avaliou o autor do projeto ao destacar que não basta apenas condenar as queimadas, mas que é necessário convencer as pessoas dos inúmeros malefícios que essa prática causa para milhares de espécies, principalmente ao ser humano.
Nesse sentido, a proposta visa transmitir aos alunos e a comunidade conhecimentos que serão úteis para todo e qualquer cidadão. Considerando o momento adverso, ações preventivas como a proposta pelo parlamentar podem ser o diferencial para salvar vidas e também reduzir substancialmente os danos e os sinistros, já que, em caso de incêndio o tempo é fundamental. “Quanto mais rápido se iniciar o combate, menores serão os prejuízos e a magnitude do incêndio”, avaliou o primeiro-secretário.
Na justificativa do projeto de lei, Savi explica que a criança e o jovem são os fomentadores “natos” de conhecimentos e ações, são provocadores de transformações sociais. “Não dúvidas quanto a capacidade dos nossos jovens. Po isso, acreditamos que atividades como a que propomos contribuem para o desenvolvimento de competência, habilidades, atitudes, ampliação do universo cutural e convivência em grupo na perspectiva de inclusão social e preservação”, argumentou.
Na tentativa de convencer os colegas de plenário quanto a aprovação do projeto, o parlamentar ainda pontuou alguns impactos negativos e que são provocados pelas queimadas. São eles: erosão, poluição atmosférica, assoreamento dos cursos d’água, empobrecimento do solo, gastos maior com fertilizantes e inúmeras.
