O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), prometeu um corte de “pelo menos 50%” no número de cargos de direção na Casa. Sarney também afirmou que vai reduzir os cargos em comissão e realizar “uma profunda reestruturação” administrativa.
“Vamos reduzir muito o número de diretores das comissões no Senado. O que for essencial fica. A redução vai ser de pelo menos 50%, pode ser maior”, disse.
Atualmente, o Senado conta com 136 cargos na diretoria. A crise relativa às vagas veio à tona quando a imprensa informou que muitos dos funcionários de empresas terceirizadas eram parentes de diretores.
Para a reestruturação, Sarney contratou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que prepara um estudo para o enxugamento da estrutura administrativa da Casa. O presidente ainda não tem o valor do serviço. De acordo com ele, a FGV ainda não fechou o preço do estudo.
Sarney ainda ouviu do presidente da FGV, Carlos Leal, que não basta a Fundação preparar o estudo, mas é preciso que exista vontade política para a implementação das medidas. “Irei fazer o que for necessário. A FGV tem carta branca”, alegou.
O presidente também comentou a medida tomada nesta terça-feira, quando pediu que todos os diretores deixassem seus cargos à disposição. Na prática, nenhum deles perdeu a vaga, mas à medida que o processo de reestruturação for sendo feito, pelo menos metade vai cair. “A nomeação [de novos e a permanência de antigos] será pelo mérito”, prometeu Sarney.
Questionado sobre os gastos do Senado, que conta com um orçamento de mais de R$ 2 bilhões, Sarney convidou o diretor de orçamento da Casa, Fábio Gondin, para falar sobre o tema.
Segundo ele, o Senado foi a Casa Legislativa que menos ampliou seus gastos. Ele destacou que no período de 2004 a 2008 os gastos cresceram 39%. Na União, no mesmo período, o acréscimo foi de 62%. Citou ainda o valor dos investimentos. Enquanto houve queda no Senado (3%), a União aumentou os investimentos em 300%.