“Em clássicos, tudo se iguala”. O jargão, repetido à exaustão na semana que antecedeu o “Choque-Rei” entre São Paulo e Palmeiras, foi mais verdadeiro do que nunca quando a bola começou a rolar neste domingo, no Morumbi. Frente a frente, o Tricolor, um dos elencos mais badalados do país, e o Palmeiras, um dos melhores times do atual Brasileiro em termos de pontuação, mostraram equilíbrio em tudo. Até nos erros.
Pouco inspirados, os 22 que iniciaram a partida e os cinco que entraram no decorrer do jogo abusaram dos passes tortos e pouco fizeram em termos ofensivos. No final, o empate sem abertura de contagem acabou ficando de bom tamanho para o futebol apresentado pelos rivais: 0 a 0 no jogo e também na nota dos times, principalmente nos primeiros 45 minutos.
O primeiro chute a gol do clássico saiu somente aos oito minutos através de Jorge Wagner, que cobrou falta sofrida por Dagoberto na entrada da área. O mesmo Jorge Wagner por pouco não abriu o placar três minutos mais tarde, novamente em cobrança de falta. Aparentemente despretensiosa, a bola batida pelo camisa sete quicou na frente de Diego Cavalieri e quase enganou o camisa 12.
O Palmeiras, por sua vez, chegou perigosamente com Florentín, que recebeu linda assistência de Edmundo e tocou na saída de Rogério Ceni, rente ao poste esquerdo. O bonito lance, no entanto, não teria validade mesmo que terminasse em gol, já que o árbitro acusara impedimento do paraguaio.
A partida continuou parelha e movimentada, mas com lances de gol cada vez mais escassos e com erros de passe cada vez mais constantes. O Palmeiras voltou a arriscar com Edmundo, que cobrou falta de longe, nas mãos de Rogério Ceni e com Leandro, com um chute torto, por cima do travessão.
O São Paulo, com um pouco mais de posse de bola, pressionava, mas sem efetivo perigo, exceção feita a um chute de Dagoberto já nos acréscimos. Com isso, o jogo ficou “chato” e o placar de 0 a 0 acabou sendo justo na descida dos times para o intervalo.
Na etapa final, Muricy trocou um atacante por outro: sacou Borges para a entrada do grandalhão Marcel. A mudança em si, pouco efeito causou, mas o clássico mostrou uma leve melhora. Em sua primeira estocada, aos oito minutos, o São Paulo chegou a pedir pênalti em um lance envolvendo dois palmeirenses. Dininho afastou o perigo e a bola foi de encontro a mão de Pierre, mas o árbitro nada marcou.
O Palmeiras, já sem Michael, que deixou o campo para a entrada de Makelele, também deu trabalho a Rogério Ceni, que trabalhou bem em um chute de Florentín. Como no primeiro tempo, no entanto, o paraguaio não poderia comemorar o gol caso o fizesse, pois a arbitragem já havia invalidado o lance, alegando impedimento do atacante Edmundo.
Restando 15 minutos para o fim do duelo, o marasmo voltava a imperar quando Muricy mexeu de novo, desta vez tornando seu time mais ofensivo, com Leandro no lugar do meia Hugo. O Tricolor cresceu no jogo e passou a dar trabalho ao goleiro palmeirense com seguidas bolas alçadas para a área.
Até o apito final, apenas mais três lances impediram a torcida de cair no sono. No primeiro, Edmundo chegou um segundo atrasado e perdeu a dividida com Rogério Ceni. No segundo, Dagoberto e Martinez se enrolaram na área e caíram. Os são-paulinos pediram pênalti, mas o árbitro nada marcou. Martinez, cobrando falta, parou nas mãos de Rogério e o jogo ficou mesmo no 0 a 0.
Merece registro também a atitude de Edmundo ao deixar o campo substituído por Cristiano. Irritado, o jogador se recusou a cumprimentar o técnico Caio Júnior, que deixou o banco para dar as mãos ao seu camisa sete.
No próximo final de semana, o Palmeiras, ainda invicto, joga novamente na capital, mas desta vez no Palestra Itália diante do Palestra mineiro, o Cruzeiro, domingo, às 16 horas. No mesmo dia, um pouco mais tarde, às 18h10, o São Paulo encara o tricolor paranaense, o Paraná Clube, no Durival de Brito.
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