Jadson, Douglas e Osvaldo; Luis Fabiano.
Com Ganso sentado no banco de reservas.
Como segunda opção para entrar.
Aloísio é a primeira.
É assim que Ney Franco colocará o São Paulo amanhã em Belo Horizonte.
Logo na estreia na fase de grupos, o time mostrará o que quer da Libertadores.
Contra o clube mais empolgado com a competição.
O Atlético Mineiro no seu caldeirão, no Independência.
Com seu time milionário.
Victor, Marcos Rocha; Leonardo Silva, Réver e Junior Cesar;
Pierre, Leandro Donizete;
Ronaldinho, Bernard e Diego Tardelli; Jô.
Na torcida mineira, a ansiedade.
Depois de 13 anos, o Atlético volta ao torneio mais importante do continente.
Ney Franco sabe muito bem o que vai enfrentar.
Por baixo da pele marcada por 11 anos de Cruzeiro, há cicatrizes.
Foram três anos trabalhando na base atleticana.
Nascido em Vargem Grande, Minas, sabe tudo o que encontrará hoje no Independência.
E sabe de todos os riscos.
Assim como também que uma vitória poderá ser a arrancada que o São Paulo precisa.
A primeira fase da competição, apelidada de Pré-Libertadores, denunciou.
O elenco que tem nas mãos é bipolar.
Depende do quanto estiver focado, centrado.
Depois dos 5 a 0 diante do Bolívar no Morumbi, uma derrota estranha em La Paz.
Por 4 a 3, depois de estar ganhando a partida por 3 a 0.
Mais do que a altitude, faltou mesmo atitude ao time.
O São Paulo se dobrou diante do entusiasmo do adversário.
Da pressão de sua torcida.
O time não vibrou e mostrou falhas gritantes no setor defensivo.
Se acontecer a mesma coisa hoje, o time pode comprometer a Libertadores.
Não que uma derrota seja irrecuperável na fase de grupos.
Não é.
O problema será mostrar firmeza, postura de time que pretende ser campeão.
A equipe dependerá demais não de Luis Fabiano.
Nem de Rogério Ceni, Lúcio.
Ney Franco terá uma preocupação maior com Denílson e Welligton.
Caberá aos dois volantes se desdobrarem para travar o coração atleticano.
Não deixar o sangue ser bombeado às articulações.
E tudo depende de Ronaldinho e Bernard.
Pela estratégia de Cuca, todos os ataques precisam passar pelos dois.
Ainda mais agora com Diego Tardelli e Jô.
O ressentimento com o São Paulo, clube que o lançou, nunca passou.
Ele acredita ter sido desprezado.
Por isso a reestreia de Tardelli será mais do que especial.
Raivosa.
Jogará com Jô.
Compensam a falta de velocidade com posicionamento.
Eles serão um tormento em cada bola que chegar à área paulista.
Lúcio e Rhodolfo estão longe de um perfeito entrosamento.
O Atlético vai tentar vencer o jogo com a marcação adiantada.
E toque de bola pelo chão.
Evitando cruzamentos aéreos.
Cuca sabe que o atalho para a vitória está no seu time ditar o ritmo do jogo.
Ser veloz e não cadenciado, como o São Paulo gosta.
A folia do Carnaval serviu para disfarçar no Morumbi.
O boa-praça Ney Franco não quis nem saber.
E tratou de fechar o seu treinamento mais importante.
Seus colegas jornalistas ficaram do lado de fora do CCT da Barra Funda.
Foi quando definiu o sistema de marcação do São Paulo.
Se o time tomou quatro gols do Bolívar, o que poderia acontecer hoje.
Ney insistiu em algo que o Corinthians usou muito bem no ano passado.
A marcação copiada dos europeus.
Com exceção de Luis Fabiano que não tem mais fôlego para isso.
Todos atrás da linha da bola.
Com Wellington e Denílson acompanhando individualmente Bernard e Ronaldinho.
Ao retomar a bola, a velocidade de Douglas e Oswaldo abertos.
Com Jadson sendo o esperto, o ágil articulador dos contragolpes.
Por isso, a apatia de Paulo Henrique Ganso ficará no banco de reservas.
Para tentar sobreviver no Independência.
Estádio que o Atlético usa como casa.
Ney sabe muito bem o quanto o estádio é mortal.
Arma nada secreta que o fez virar as costas ao problemático Mineirão.
Alexandre Kalil acredita que Libertadores se ganha pisando no peito do adversário.
E não se importou com os 60 mil lugares do Mineirão.
Prefere os 20 mil do Independência.
Em todo o ano de 2012, ninguém conseguiu derrotar a equipe de Cuca.
A estatística é de gelar os nervos.
Foram 23 partidas, 16 vitórias e sete empates.
O time ainda não perdeu no estádio.
Marcou 50 gols, sofreu 19.
Cuca e Carlinhos Neves já trabalharam no São Paulo.
Conhecem a filosofia que impera no clube.
Além de analisarem profundamente este time de Ney Franco.
Apostam que a solução hoje é mesmo usar o caldeirão.
A pressão do Independência.
Fazer com que o time marque a saída de bola como se enfrentasse um pequeno.
O teipe da vitória do Bolívar foi mostrado para animar, empolgar os jogadores.
Ronaldinho, Jô e Tardelli se seguraram no Carnaval.
Só para este jogo.
Querem mostrar que o Atlético entra para vencer não só a partida, mas a Libertadores.
Rogério Ceni e Lúcio prometem usar toda a sua liderança.
E não permitir que o time baixe a cabeça.
Apostam que o jogo será definido na raça e não na estratégia.
Será uma batalha.
De estilos, de elencos.
De duas equipes com potencial para vencer a Libertadores.
Quem vencer terá uma dose importantíssima de confiança para o que virá pela frente.
Partida com gosto de decisão.
Resultado imprevisível.
Para começar 2013 de verdade no futebol brasileiro.
Que o juiz carioca Marcelo de Lima Henrique não estrague a festa.
E vale exigir para Felipão estar no Independência.
Se ele comemorou, alegre, o carnaval nos camarotes da Sapucaí…
O treinador da Seleção tem a obrigação de estar em Belo Horizonte…
R7
Cosmes Rímoli