O delegado Cristian Lages, que integra força-tarefa da PF para investigar o rombo de R$ 110 milhões no Tesouro, disse que “o contexto probatório não deixa dúvidas” da participação dos parlamentares. “As provas são contundentes.”
Ele e os outros oito delegados empenhados na missão só devem decidir pelo indiciamento de deputados no final da apuração. Lages anotou que ainda não sabe quantos deputados serão enquadrados criminalmente.
O levantamento até aqui realizado mostra que os parlamentares serão enquadrados por corrupção passiva, fraude à Lei de Licitações e formação de quadrilha. “Tudo é muito chocante”, declarou Lages, perplexo com a estrutura da organização criminosa e o estrago do golpe. “O esquema era gigantesco, realmente muito bem feito.”
A PF vai pedir mais prazo ao Supremo Tribunal Federal (STF) para continuar com as investigações contra 57 deputados. A polícia quer 60 dias para reunir mais provas e analisar documentos.
O empresário Luiz Antônio Vedoin, apontado como o chefe da máfia das ambulâncias, já prestou 50 depoimentos à PF nos últimos 15 dias. Ele é proprietário da Planam, carro-chefe da trama. Em cada audiência, Luiz Antônio esmiúça a participação dos parlamentares, um a um, e de 31 prefeitos que teriam aderido ao esquema. A Planam fez negócios com cerca de 500 prefeituras, no período entre 2001 e 2005.
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