O vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann, afirmou nesta segunda-feira que a comissão já reuniu provas contra 80% dos parlamentares e ex-parlamentares citados no esquema de venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras. A comissão deve divulgar o número oficial de investigados, que pode chegar a 112.
“Há provas contra cerca de 80% dos parlamentares envolvidos. Tirando aqueles que receberam propina em dinheiro vivo, contra todos os outros há provas”, declarou Jungmann. As evidências mencionadas pelo deputado são comprovantes de depósitos bancários e escutas telefônicas.
Jungmann participou de almoço com os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Carlos Sampaio (PSDB-SP), também integrantes da CPI, e definiu com eles que o primeiro relatório da comissão será apresentado na próxima semana. A intenção é citar todos os congressistas investigados. A apuração de eventual envolvimento do Executivo no esquema, porém, deverá ficar para depois das eleições.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já autorizou a investigação contra 56 deputados e um senador – porém os depoimentos do sócio da Planam Luiz Antonio Trevisan Vedoin, apontado como chefe da quadrilha, indicaram que mais parlamentares e ex-parlamentares estariam envolvidos.
Sigilo
Ontem, Jungmann requereu a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de todos os agentes públicos citados nos depoimentos de Vedoin à PF – inclusive o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa (PT), candidato ao governo de Pernambuco.
De acordo com Vedoin, Costa e o petista José Airton Cirilo interferiram para liberar verbas para a máfia dos sanguessugas durante a gestão do ministro da pasta da Saúde – ambos negam quelquer realação com a Planam ou a venda de ambulâncias superfaturadas.
Redação Terra