A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad 2008, divulgada na
última semana durante o 25° Congresso Nacional de Engenharia Sanitária e
Ambiental, realizado no Recife, aponta que 47,8% dos domicílios brasileiros
não têm acesso a tratamento de esgoto. Em Várzea Grande apenas 10% das
residências possuem esgotamento sanitário. A pesquisa também apresenta que o
abastecimento de água e a coleta de lixo melhoraram. O país atingiu 83,9%
das residências recebendo água e 87,9% com o lixo recolhido.
Para o diretor-presidente do Departamento de Água e Esgoto municipal
(DAE/VG), Jeverson Missias, a evolução desses números é muito pequena e
esses resultados refletem a falta de investimentos em saneamento e a
necessidade de correr para reverter esse cenário.
“Buscamos a liberação das obras do Programa de Aceleração para o Crescimento
que estão paralisadas, pois com elas, aumentaremos para 30% a quantidade de
residências com saneamento. Isso quer dizer que não estamos investindo
somente em esgoto e água tratada, saneamento é uma questão de justiça
social”, avalia Missias.
A universalização de água e esgoto em Várzea Grande não é um sonho tão
distante. Os trabalhos para ampliar o sistema de saneamento básico iniciaram
em 2007, desde então já está concluído um Reservatório Apoiado (RAP), com
capacidades para seis milhões de litros de água e 93 quilômetros de rede de
água, atendendo 40% da população. Já as obras que hoje estão paralisadas
beneficiarão 60% da população de Várzea Grande.
Mas o problema, de acordo com Missias, estará na manutenção desse sistema de
saneamento. O relatório de gerenciamento comercial do DAE aponta um déficit
muito grande, ou seja, boa parte da população é resistente com a quitação da
conta de água. “Se olharmos qualquer pesquisa no Brasil, vemos que o número
de celulares é superior ao da população brasileira. A média das contas
desses celulares é de R$ 65, enquanto a taxa mínima de água é de R$ 15. O
que achamos é que falta um pouco ao setor, a discussão entre operadora e
população, para mostrar e buscar um entendimento sobre a importância da
água. Não quero somente discutir números, também queremos discutir a
qualidade e eficiência desse serviço. O aumento da interlocução com a
população e a oferta dos serviços que ela quer receber, com certeza,
aumentaria a disposição para pagar; como acontece com outros serviços”.
Missias também defende a integração das políticas. Por exemplo, “quando
algum córrego urbano transborda isso não é só um problema de drenagem, mas
um problema do lixo, de assoreamento.
Secom VG/Igor Bastos