Segundo Janete, o maior ganho social com a implantação da vara especializada é de oferecer atendimento adequado às crianças e adolescentes. “A proposta por si só comprova a demanda para formar um campo especializado que vai tratar de trabalho infantil, violência doméstica e crimes sexuais contra menores” justificou Janete.
De acordo com os dados divulgados pelo Comitê de Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a violência aumentou 40% em Mato Grosso, nesses casos.
“Trata-se de um pedido que há anos vem sendo feito ao TJ em função do grande índice que temos de violência sexual contra a criança e o adolescente”, destacou Janete Riva.
De 8.136 atendimentos feitos pelos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) do Estado, 2.459 – o equivalente a 30% – foram a menores violentados sexualmente. O maior número de vítimas está em Cuiabá, onde 304 menores receberam assistência após serem abusados ou explorados.
Apesar dos apelos de Janete Riva ao TJ/MT, o órgão alega falta de recursos para a criação de uma nova vara e a falta de demandas criminais. No entanto, os registros policiais são de pelo menos dois casos de abusos por dia.
“Para nós, a criação desta vara vai coroar o trabalho de enfrentamento ao abuso e violência sexual contra a infância e a adolescência”, disse a coordenadora.
A solicitação vem sendo feita há quatro anos pela Sala da Mulher. Janete defende ações efetivas, com resultados, positivos e rápidos. “Já conseguimos, através da Sala da Mulher, provocar o Poder Legislativo que chamou atenção do governador Silval Barbosa (PMDB) a aparelhar os conselhos tutelares dos 141 municípios com um veículo e um computador, a fim de agilizar o atendimento.
“Agora, precisamos de mais ações pontuais que continuem encaminhando a cidadania para estas crianças e jovens, que nem sempre têm o amparo necessário”, afirmou Janete.