Muricy Ramalho saiu do Fluminense, mas deixou o sinal de alerta ligado. Culpando a fraca estrutura do clube pelo fim do casamento, já que o Tricolor não possui nenhum CT de futebol profissional, além das condições de sua sede estarem longe das ideais, a rescisão do contrato parece ter aberto os olhos dos dirigentes tricolores.
Segundo o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, chegou o momento de intensificar os esforços no viés estrutural do clube para que o próximo treinador (Dorival Júnior é o mais cotado) possa encontrar um local de trabalho mais adequado. Ele concordou com as reclamações de Muricy Ramalho e prometeu ser mais ativo dentro do futebol.
“Vivo no Fluminense desde 1996 e as situações de trabalho ainda são as mesmas. Tenho convicção que vamos melhorar, tenho pouco tempo na presidência e já vivo um turbilhão. Prometo trabalhar muito, para que no futuro não tenhamos de passar por uma situação dessa, com o treinador de ponta saindo por causa de problemas estruturais do clube. Isso não pode mais acontecer”, afirmou.
Peter Siemsen confirmou que teve uma larga conversa com agora ex-treinador do Fluminense, no último sábado. Durante as duas horas e meia de papo, ideias foram trocadas e um sentimento de fim de casamento saudável foi alcançado.
“Ele saiu, mas pude conhecer o Muricy como pessoa pela primeira vez. Foi uma troca de ideia muito legal. Espero conseguir tocar esse projeto de estruturação do clube para no futuro, quem sabe, seduzi-lo de volta ao Fluminense”, disse.
Apesar do discurso, nenhuma novidade foi apresentada sobre a aquisição e construção de um CT para o Fluminense. O presidente limitou-se a prometer: “Dentro em breve, vocês terão novidades sobre este assunto”, encerrou.
Recentemente, Muricy Ramalho convidou os dirigentes do Fluminense para uma visita ao Centro de Treinamento de Cotia, que pertence ao São Paulo. O treinador também não gostou da estrutura encontrada em Xerém, CT das divisões de base do Tricolor carioca.
Muricy Ramalho deixa o Fluminense após 54 partidas, com 28 vitórias, 15 empates e 11 derrotas. A estreia foi no dia 29 de abril de 2010, quando o Tricolor carioca foi derrotado por 3 a 2 para o Grêmio, no Maracanã, pela Copa do Brasil.
Além do novo treinador, o clube busca um nome para ser o “dono” do futebol e substituir Alcides Antunes, demitido no sábado. Felipe Ximenes, atualmente no Coritiba e que já trabalhou no Fluminense, é o mais contado. O seu cargo, porém, não seria para vice de futebol e sim de gestor de futebol.
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“Tomei esta decisão há alguns dias, mas devido ao clássico de hoje (domingo), achei correto esperar o jogo. Quando cheguei ao clube foram prometidas duas condições: uma equipe para ser campeã e a melhoria na estrutura física do clube. O primeiro foi conquistado com o título do Campeonato Brasileiro de 2010, e o segundo, a melhoria na estrutura, não foi realizada.
Quero muito agradecer a todos que trabalharam comigo durante esse período e dizer que meu ciclo foi encerrado no clube. Quero agradecer também a Unimed, através de seu presidente Celso Barros, parceiro em todos os momentos, pelo apoio recebido durante todo o meu trabalho, e ao Alcides Antunes, que batalhou junto.
O agradecimento especial é para torcida do Fluminense pelo total apoio enquanto comandei o time. Desejo muito sorte e sucesso a diretoria, a equipe, aos funcionários e torcida.”
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