O acerto de Muricy Ramalho com o Palmeiras demorou, mas foi fechado na noite da última terça-feira. Desde a saída de Vanderlei Luxemburgo do clube, há 26 dias, a diretoria palmeirense tratou o ex-são-paulino como prioridade. O técnico havia gostado do projeto desde o início, mas o acordo esbarrou na questão financeira. Dias depois, as conversas foram retomadas e o acordo finalmente consumado. O que teria seduzido o tricampeão brasileiro?
“O Muricy tem a cara do Palmeiras hoje. É um clube moderno, estruturado, com pessoas sérias e que não estão aqui para aparecer. O Muricy é assim, por isso foi nossa primeira opção desde o início. Mesmo quando não houve o primeiro acerto, não procuramos outro técnico. Agora, estamos muito satisfeitos em dizer que Muricy é do Palmeiras”, afirmou o vice-presidente de futebol, Gilberto Cipullo, em entrevista ao Terra.
O “Projeto Palmeiras”, como intitula Cipullo, tem como um dos maiores pilares o investimento nas categorias de base – que até conquistam bons resultados, mas revelam poucos jogadores para o time principal -, e a estabilidade para o técnico tentar conquistar o título brasileiro pelo clube, já que o contrato vai até o final de 2010.
Além disso, a instituição da Arena Palestra Itália encantou o comandante. “Muricy viu que a Arena vai sair. O Palmeiras está com um planejamento excelente. Além disso, o investimento na base será maior ainda”, completou Cipullo. O técnico costuma ser conservador com os jovens. No São Paulo, ele sempre defendeu a cautela ao lançar algum novo atleta.
O projeto palmeirense, porém, era o mesmo de quando as duas partes não acertaram. Apenas a oferta salarial mudou. Segundo rumores, os valores girariam em torno de R$ 450 mil. O poder financeiro da Traffic, parceira do Palmeiras, deve garantir possíveis reforços pedidos pelo técnico.
“Mais importante do que os valores é a parceria firmada nesse momento. Creio que é um momento que vai mudar a história do Palmeiras”, disse Gilberto Cipullo.